segunda-feira, 21 de setembro de 2009

As plantas apícolas do semiárido paraibano.

No semiárido nordestino,existe uma grande diversidade de plantas nativas e outras que foram introduzidas pelos pesquisadores.
Um exemplo bem sucedido de plantas que foram introduzidas e que se adaptaram muito bem a região é o caso da algaroba,que é uma ótima produtora de madeira (de ótima qualidade),utilizada para fazer carvão,lenha e,principalmente,a construção de cercas.

A algaroba também produz uma "vagem",que é muito apreciada pelos animais,e fornece energia aos mesmos,além de ter muitos usos na indústria.Para as abelhas nativas ela tem sua importância,pois,na época da seca,(meses de setembro à fevereiro)quando a mata nativa parece morta,ela está com flores à disposição das abelhas.

Flores de marmeleiro.

Outros exemplos são:o nim indiano e a leucena,que estão sendo aos poucos introduzidos em nossa região,com o intuito de melhorar a alimentação dos animais e ajudar a preservar as matas,evitando que se corte um grande número de árvores nativas .
Todas as vezes que alguém precisar de madeira,para as construções do dia-a-dia,utilizará as árvores que foram trazidas de "fora",diminuindo o impacto sobre o meio ambiente.

Flores de catingeira.

Dentre as espécies nativas,do semiárido nordestino,existem algumas que se destacam,pela grande produção de néctar e pólen:marmeleiro,catingeira,malva,maniçoba,muçambê,jurema,anjico,amarra cachorro,mufumbo,maria velha,capa bode,dentre tantas outras.

Flores de jurema.

Algumas espécies de árvores nativas do semiárido,florescem durante o período da seca:o juazeiro,o pereiro,o feijão de boi,a craibeira e o imbuzeiro,são bons exemplos,justamente nesse período quando a maioria das plantas estão "secas";aparentemente sem vida,essas árvores estão verdes e com muitas flores,uma maravilha para as abelhas e,depois quando as flores virarem frutos,servem de alimentos para os animais.

Flores de malva.

O meliponicultor,também deve cultivar plantas que ajudarão,na manutenção de suas abelhas nativas em períodos do ano,em que as flores não estão disponíveis para as abelhas;algumas plantas de fácil manejo e que são boas fontes de néctar e pólen são:amor agarradinho,ora-pro-nóbis,coroa-de-cristo,ipezinho de jardim,xanana,manjerição,erva cidreira,etc.Todas essas plantas,manteem uma floração,por quase todo o ano e isso é muito importante para a manutenção do meliponáro.

Flores de maria velha.

O meliponicultor pode alimentar as abelhas,na falta de floração,mas essa é apenas uma alternativa;pois se houverem flores a disposição das abelhas elas com certeza vão preferi-las.

Flores de muçambê.


Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz
João Pessoa,PB

A criação racional de abelhas nativas.



A criação racional de abelhas,especialmente as nativas,deve seguir algumas regras.Primeiro a pessoa que vai"criar" essas abelhas,deve antes de mais nada gostar do que está fazendo,pois precisará de paciência e cuidados para ter sucesso na atividade.

Eu não quero dizer com isso que para ser um bom meliponicultor,a pessoa deve ter conhecimento de como as abelhas vivem em seu habitat natural,pois com cursos,leitura especializada,troca de experiências e boa vontade,até quem nunca teve contato com esses insetos,consegue se sair bem na criação racional de abelhas nativas.


Entretanto,quem vive em contato com "elas"em seu dia-a-dia vai aprendendo alguns maçetes que serão muito úteis para facilitar o manejo.Por exemplo,quando encontramos um ninho de abelhas,verificamos a posição das crias,do mel,o espaço interno,posição da boca de entrada,o diâmetro da árvore,posição em relaçao ao sol,altura do solo,etc.

Esses detalhes nos ajudam na hora de transferir os ninhos para as caixas racionais.Para que não façamos mudanças bruscas em seu modo de vida,e assim,termos sucesso com a criação..

No caso da "cupira"(partamona seridoensis,foto acima)a observação de seu modo de vida,na natureza,tem me ajudado muito,a resolver alguns problemas encontrados no manejo dessas abelhas.Como,a maioria dos pesquisadores que eu entrei em contato,antes de iniciar a criação,não tinham chegado a um modelo de caixa ideal para "elas",foi com a observação e criatividade,que estou tentando resolver o problema da "caixa ideal."Eu digo estou tentando resolver,porque nesse caso,para saber se deu tudo certo,temos que esperar algum tempo;pois essas abelhas já ficaram em uma caixa de um conhecido meu,por um período de um ano e depois abandonaram a caixa sem nenhum motivo aparente.

A cupira,não tolera mudanças de temperatura,pois,no interior do cupinzeiro,a temperatura mantém-se constante.

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.