sábado, 26 de setembro de 2009

TRANSFERÊNCIA DE ABELHAS NATIVAS,DA MATA PARA O MELIPONÁRIO


(Foto tirada por Paulo Romero;em destaque um cupinzeiro,(com uma cupira),em cima de uma umburana)

PARTE I

O PLANEJAMENTO:Dia 21/06/2008,eu e meu irmão conversamos um pouco sobre a área do sítio que nós iríamos procurar as abelhas.Decidimos por uma área que fica após o riacho,pois é uma área que tem muitas umburanas grossas,e teríamos mais chances de encontrar algumas colónias.

A SAÍDA:Dia 22/06/2008,às 4:30hrs.da manhã nós saímos sem tomar nem café,pois estávamos atrasados,levamos uma foice e água para beber ;nunca se sabe o que vamos encontrar no meio do mato.Andávamos rápido para chegar ao local o mais cedo possível,o que facilitaria ver as abelhas saindo e entrando de suas moradias.

OS PRIMEIROS RESULTADOS:às 5:10hrs.da manhã encontramos a primeira "cupira",em um pé de xique-xique,marcamos o local,andamos mais um pouco e achamos mais uma cupira,dessa vez em um pereiro;após marcarmos o local da segunda cupira ,nos separamos,para cubrírmos uma área maior.

Deu certo logo á frente eu vi uma umburana muito jeitosa para ter alguma abelha,me aproximei e fiquei olhando para cima,procurando alguma abelha,algum oco,até ver algumas abelhas saindo de um oco,olhei bem e consegui ver a boca,era uma "jandaira";chamei meu irmão e lhe mostrei a abelha.
A umburana era muito alta e,como toda umburana,muito lisa;meu irmão ainda quis subir ,mas desistiu resolvemos deixar para outra hora.
Quando estávamos voltando para casa ainda achamos mais uma cupira ,bem perto de casa em um lagedo.

A TRANSFERÊNCIA PARA PERTO DE CASA:No mesmo dia 22/06/2008,saímos de casa de tardezinha,para buscarmos as cupiras ,levamos um carrinho de mão para facilitar o transporte dos cupinzeiros e uma corda para ajudar a puxar o carrinho.
Fomos logo para o pereiro,já estava quase escuro,eu tampei a boca de entrada das abelhas com um bolinho de papel higiénico,com cuidado para não machucar as abelhas,nem quebrar a escultura que elas fazem na entrada.

Meu irmão serrou o galho do pereiro com um serrote para não chocar muito o cupinzeiro,e botamos no carrinho forrado com alguns sacos para ficar macio;seguimos para o xique-xique,eu botei o carrinho em baixo do cupinzeiro e meu irmão cortou o galho com cuidado,ele já foi descendo dentro do carrinho.À essa hora já estava escuro,mas como nós conhecíamos o caminho ,não foi difícil.

Na volta para casa eu ia na frente puxando o carrinho ,pois,os cupinzeiros eram muito grandes e pesados.Ainda passamos no lagedo perto de casa,e levamos mais uma cupira para casa,pois não podíamos perder a chance de ter todas as abelhas dentro do cupinzeiro.

Quando chegamos em casa,pegamos a lanterna e fomos logo botar as abelhas nos seus lugares,onde iriam ficar depois da transferência para a caixa racional.Ao tirarmos a última "cupira" do carrinho,eu levei uma espinhada com o xique-xique,que quase chorava de dor,os espinhos atravessaram meu dedo polegar e a unha .

Em casa ainda com o corpo quente,meu irmão tirou alguns espinhos,os outros eu não aguentei a dor e não deixei ele tirar.(Dias depois eu fui ao médico para ele tirar os espinhos que estavam muito inflamados).Mas isso faz parte do dia-a-dia de quem vive no cariri,a maioria das pessoas esperam os espinhos inflamarem e furam com uma agulha de costura,para tirá-los.Voltando às abelhas ,de manhã eu fui observá-las e vi algum movimento na boca de entrada,vi que estava tudo certo.

Como eu ainda não estava com todas as caixas racionais prontas,deixei para fazer a transferência depois. Acima,vocês podem ver a foto de uma das cupiras,que trouxemos nesse dia.

Valeu o esforço ,pois eram mais três cupiras para minha criação,fora a "jandaira" que ficou no mato.

Só fomos buscar a jandaira,alguns dias depois...

Um abraço.

Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.