quinta-feira, 29 de abril de 2010

Embrapa semi árido ganha prêmio asa branca.

Embrapa Semi-Árido recebe Prêmio Asa Branca no Dia Nacional da Caatinga.

Por suas ações destacadas e relevantes contribuições para o conhecimento, a preservação e proteção do bioma Caatinga, a Embrapa Semi-Árido (Petrolina-PE), Unidade Descentralizada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi agraciada no dia 28 de abril com o Prêmio Asa Branca, na categoria "instituições". A homenagem aconteceu durante a realização da solenidade de abertura do Congresso Mineiro de Biodiversidade, em Belo Horizonte-MG. Na categoria "personalidades", o prêmio será concedido ao artesão sergipano Cícero Alves dos Santos, conhecido como "Véio", de Nossa Senhora da Glória.

O Prêmio Asa Branca foi instituído pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga - CNRBCAA, em parceria com o Instituto Amigos da Caatinga. A presidente das duas entidades, Alexandrina Sobreira de Moura, explica que o Prêmio tem o propósito de reconhecer e divulgar iniciativas de instituições e de personalidades que valorizem a riqueza biológica e cultural do ecossistema da Caatinga. Mais de mil pessoas fizeram indicações nas duas categorias.

Reconhecimento - Para o pesquisador Pedro Carlos Gama da Silva, chefe-geral da Embrapa Semi-Árido, o prêmio é um reconhecimento importante ao esforço de pesquisa voltada para o aproveitamento racional e sustentável da Caatinga e sua transformação em um local de oportunidades econômicas para a população. Em sua opinião, a premiação ressalta, também, o esforço da instituição para resgatar o seu papel como centro de pesquisa ecorregional.

A Embrapa Semi-Árido foi criada em 1975 na cidade de Petrolina-PE. Segundo Pedro Gama, a instituição é pioneira em trabalhos de pesquisa e adaptação de tecnologias para a convivência com o Semi-Árido, que têm subsidiado a implantação de políticas públicas e atividades agropecuárias em bases sustentáveis, valorizando os recursos naturais da região.

Os conhecimento e informações sobre este ecossistema, gerados pelas pesquisas desta Unidade da Embrapa, em cooperação com outras instituições públicas e organizações não governamentais, têm sido fundamentais para apagar a impressão amplamente disseminada até recentemente de que a Caatinga seria um ambiente pobre, com poucas espécies endêmicas e que, portanto, não deveria merecer prioridade para conservação, afirma Pedro Gama.



Preservação - A Caatinga, com uma área de mais de 1 milhão de km2 em nove estados do Nordeste, mais o norte de Minas Gerais, é um ecossistema exclusivamente brasileiro. É uma região diversificada de paisagens e tipos de vegetação. Apesar dos avanços na pesquisa, ainda há um grande desconhecimento das espécies que existem neste ecossistema. Trabalhos recentes consideram que mais de 40% desta região ainda não foram estudados e que em cerca de 80% os estudos realizados foram subdimensionados. Um agravante desta situação é que apenas 2% de todo este ecossistema são devidamente protegidos em forma de reservas florestais e unidades de conservação.

Pedro Gama ressalta que a instituição do Dia Nacional da Caatinga - 28 de abril - e o Prêmio Asa Branca pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga contribuem para por na ordem do dia a necessidade de preservação e conservação deste ambiente. Segundo ele, a Caatinga tem sofrido sérios problemas como o desmatamento. Nos últimos 15 anos, cerca de 40 mil km2 de sua vegetação foram devastados. Anualmente, este processo alcança uma área estimada em 653 mil ha.

É hora de cessar este desmatamento e disseminar iniciativas de governos e produtores que valorizem os recursos humanos e naturais da região como forma de promover um desenvolvimento em bases sustentáveis, que melhore a qualidade de vida do ambiente e da população local, defende Pedro Gama.

Mais informações: Pedro Carlos Gama da Silva - Chefe-geral
Endereço eletrônico: chgeral@cpatsa.embrapa.br
Embrapa Semi-Árido - tel. 87 3862 1711

Marcelino Ribeiro (1127 DRT/BA)
Embrapa Semi-árido
Contatos: (87) 3862 1711 - marcelrn@cpatsa.embrapa.br



Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Semana da caatinga 2010.

Semana da Caatinga 2010
Marcos Antonio Drumond

Exclusivamente brasileiro, ocupando cerca de 900.000 km2, 10% do território nacional, com uma extensão continuada pela região semiárida, o bioma Caatinga possui uma grande riqueza biológica e um potencial econômico e sustentável, na sua integridade, pouco explorado.

Ao contrário disso, ele vem sendo degradado pela ação extrativista e ocupacional de suas áreas. O problema se torna maior no semiárido brasileiro, uma vez que é a região mais densamente povoada entre aquelas de características climáticas similares no mundo, possuindo uma população de aproximadamente 20 milhões de habitantes.

Com solo de alta fertilidade, um aspecto que dá a ilusão de ser seco e numa área de poucas e irregulares chuvas, abrigando espécies animais e vegetais adaptadas à escassez de água, ainda há muito que ser descoberto sobre esse ecossistema e grandes são as dificuldades para ações efetivas em direção a isso.



Como para um tesouro, a Embrapa Semiárido mantém um olhar atento para a nossa “mata branca” e, além das ações constantes desenvolvidas em função disso, tem programação elaborada para a Semana da Caatinga.

Além de programações em parceria com a Universidade de Pernambuco-UPE, a Unidade está envolvida com o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga, vinculado ao Programa Man and Biosfere da Unesco, e com o Ministério do Meio Ambiente-MMA, num evento em comemoração ao dia Nacional da Caatinga – 28 de abril, instituído pelo Governo Federal desde 2007 – a ser realizado no dia 27, no Sesc de Petrolina-PE.

Por meio do Programa Embrapa & Escola, a Unidade ainda promove uma série de atividades comemorativas em alusão ao tema. No dia 28, ela realizará em sua sede, localizada à BR 428, km 152, visitas de estudantes e professores de escolas da região. Também serão realizados passeios pela Trilha Ecológica da Caatinga, localizada na sede da Embrapa Semiárido, visitas aos laboratórios e exibição de vídeos educativos sobre a convivência com semiárido.


Programação:

20/04/2010 (Auditório da UPE – Campus de Petrolina-PE)

16h30 – Palestra sobre Uso Sustentável da Caatinga

Lúcia Helena Piedade Kiill (Pesquisadora da Embrapa Semiárido)
19h30 – Palestra sobre Desertificação no Semiárido Brasileiro

Iêdo Bezerra Sá (Pesquisador da Embrapa Semiárido)

27/04/2010 (Sesc, Petrolina-PE)

08h às 18h – Exposição de produtos da fauna e flora da caatinga, orientação sobre preservação da caatinga, distribuição de sementes e demonstrativo de mudas de espécies arbóreas da caatinga.

Manhã – Palestra sobre a Vitivinicultura no Vale do São Francisco

Giuliano Elias Pereira (Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho / Embrapa Semiárido)
Tarde – Palestra sobre Ecologia da Polinização de Espécies da Caatinga Ameaçadas de Extinção

Lúcia Helena Piedade Kiill (Pesquisadora da Embrapa Semiárido)

28/04/2010 (Embrapa Semiárido, Petrolina-PE)

08h às 18h – Recepção de estudantes das escolas públicas:

Escola Estadual Moysés Barbosa de Petrolina-PE e Colégio Helena Celestino Magalhães de Juazeiro-BA, com passeios pela Trilha Ecológica e visita à ECOTECA.

29/04/2010 (Escola Estadual Moysés Barbosa, Petrolina-PE)

16h30 – Palestra sobre Preservação e Conservação do Bioma Caatinga

Luiz Domingos de Carvalho (Assistente da Embrapa Semiárido)

Contatos:
Marcelino Ribeiro Lourenço Neto – Jornalista;
marcelrn@cpatsa.embrapa.br

Killiane Maria de Ávila Sant`Anna – Analista;
killiane@cpatsa.embrapa.br

Elder Manoel de Moura Rocha – Analista;
emmrocha@cpatsa.embrapa.br


Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Abelhas sem ferrão,a importância da preservação.

Abelhas sem ferrão, a importância da preservação


Fábia de Mello Pereira
Pesquisadora da Embrapa Meio-Norte

A criação racional das abelhas da tribo meliponini e da tribo trigonini é denominada de meliponicultura. Conhecidas popularmente como abelhas sem ferrão ou abelhas nativas ou indígenas, essas abelhas possuem ferrão atrofiado, não conseguindo utilizá-lo como forma de defesa. Algumas espécies são pouco agressivas, adaptam-se bem a colméias racionais e ao manejo e produzem um mel saboroso e apreciado.

Além do mel, essas abelhas podem fornecer, para exploração comercial, pólen, cerume, geoprópolis e os próprios enxames. Outras formas de exploração são: educação ambiental, turismo ecológico e paisagismo.

A polinização é outro produto importante fornecido pelos meliponideos. Uma vez que não possuem o ferrão, as abelhas nativas podem ser usadas com segurança na polinização de espécies vegetais cultivadas no ambiente fechado da casa de vegetação. Além disso, algumas culturas, como o pimentão, necessitam que, durante a coleta de alimento, a abelha exerça movimentos vibratórios em cima da flor para liberação do pólen. Esse comportamento vibratório é típico de algumas espécies de abelhas nativas, mas não é observado na abelha africanizada (Apis mellifera), que não consegue ser um agente polinizador eficiente dessas culturas.

No Brasil são conhecidas mais de 400 espécies de abelhas sem ferrão que apresentam grande heterogeneidade na cor, tamanho, forma, hábitos de nidificação e população dos ninhos. Algumas se adaptam ao manejo, outras não. Embora vantajosa, a criação racional dessas abelhas é dificultada pela escassez de informações biológicas e zootécnicas, pois muitas sequer foram identificadas ao nível de espécie.

Devido a essa diversidade, é fundamental realizar pesquisas sobre comportamento e reprodução específicas para cada espécie; adaptar técnicas de manejo e equipamentos; analisar e caracterizar os produtos fornecidos e estudar formas de conservação do mel que, por conter mais umidade do que o mel de Apis mellifera, pode fermentar com mais facilidade.

A alta cotação do preço do mel das abelhas nativas no mercado, que em média varia de R$ 15,00 a 50,00 cada litro, aliada ao baixo investimento inicial e a facilidade em manter essas abelhas próximas das residências, tem estimulado novos criadores a iniciarem nessa atividade.

Entretanto, muitos produtores em busca de enxames para povoarem os meliponários, acabam atuando como verdadeiros predadores, derrubando árvores para retirada das colônias, que, muitas vezes, acabam morrendo devido a falta de cuidado durante o translado e ao manejo inadequado.



Outra causa da morte das colônias é a criação de espécies não adaptadas à sua região natural. É relativamente comum que produtores iniciantes ou experientes das regiões Sul e Sudeste do Brasil queiram criar abelhas nativas adaptadas às regiões Norte e Nordeste, e vice-versa. A falta de adaptação dessas abelhas às condições ambientais da região em que são colocadas acaba por matar as colônias, podendo contribuir para a extinção das mesmas.

A quantidade de colônias nos meliponários também é um fator crucial para preservação das espécies. Várias pesquisas indicam que, quando a espécie criada não ocorre naturalmente na região do meliponário, são necessários pelo menos 40 colônias para garantir uma quantidade de alelos sexuais e evitar que os acasalamentos consangüíneos provoquem a morte das mesmas em 15 gerações.

Embora somente três espécies de abelhas estejam na lista de animais em risco de extinção do Ibama (Exomalopsis (Phanomalopsis) atlantica; Melipona capixaba e Xylocopa (Diaxylocopa) truxali), e dessas somente a Melipona capixaba é social, sabe-se que nas reservas florestais a quantidade de ninhos de abelhas sem ferrão vem se reduzindo ano a ano.

A extinção dessas espécies causará um problema ecológico de enormes proporções, uma vez que as mesmas são responsáveis, dependendo do bioma, pela polinização de 80 a 90% das plantas nativas no Brasil. Assim, o desaparecimento das abelhas causaria a extinção de boa parte da flora brasileira e de toda a fauna que dependa dessas espécies vegetais para alimentação ou nidificação.

Conscientes do problema, o governo brasileiro, por meio do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) publicou no Diário Oficial da União em 17 de agosto de 2004 a RESOLUÇÃO Nº 346 DE 06 DE JULHO DE 2004, que disciplina a utilização de abelhas silvestres nativas, bem como a implementação do meliponário.

Contudo, sabe-se que somente a criação de uma legislação normativa não é suficiente para preservação de espécies da fauna e flora nativa. É necessário, também, um programa informativo visando a capacitação e sensibilização para que os produtores não só sejam conscientizados, mas também sejam capazes de mobilizar e informar aos seus vizinhos sobre o problema. Resta, assim, fazer um apelo não só aos governos nos níveis federais, estaduais e municipais, mas também à sociedade como um todo para que se comece a divulgar os problemas acarretados pela retirada indiscriminada dessas abelhas da mata. A criação dos meliponídeos deve ser realizada com responsabilidade para evitar a extinção das abelhas e, a médio e longo prazo, a extinção da flora e fauna que dependem direta ou indiretamente desse importante agente polinizador.


Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Conservação de recursos genéticos de abelhas nativas.

Conservação De Recursos Genéticos De Abelhas Nativas De Interesse Agrícola

As abelhas sem ferrão são espécies eussociais encontradas nas regiões tropicais e subtropicais. Responsáveis por até 90% da polinização das espécies vegetais nativas, dependendo do bioma, essas abelhas estão ameaçadas devido ao desmatamento e ao manejo predatório. Sendo assim, a conservação dessas espécies é importante para a preservação de todo o bioma. Nesse plano de ação serão trabalhadas as espécies Melipona subnitida, Melipona compressipes e Melipona rufiventris na Embrapa Meio-Norte; Melipona compresipes fasciculata, M. rufiventris flavolineata, Melipona seminigra pernigra, Melipona seminigra do Tapajós, Melipona puncticollis, Scaptotrigona sp 1, Scaptotrigona sp 2 e Tetragonisca angustula na Embrapa Amazônia Oriental e Melipona mandacaia e Melipona asilvai na Embrapa Semi-Árido. Os ninhos serão adquiridos de criadores racionais e/ou capturados em seus locais de ocorrência, sendo mantidos nos campos de pesquisa da Embrapa Meio-Norte, Embrapa Amazônia Oriental e Embrapa Semi-Árido, para a conservação on farm. A manutenção das colônias será realizada com manejo racional e as espécies, bem como os locais de nidificação, serão identificados e caracterizados. Alguns exemplares das espécies serão conservados em álcool PA e mantidas sob congelamento para um estudo futuro de caracterização de DNA. Os dados serão organizados e disponibilizados em um banco de dados.


Objetivo Geral:

Realizar ações que colaborem para a conservação da diversidade genética de algumas espécies de abelhas nativas de importância econômica e ambiental no Semi-Árido do Nordeste e na Amazônia.


Objetivos Específicos:

Identificar e caracterizar populações nativas e núcleos criatórios de abelhas sem ferrão no Semi-Árido do Nordeste e na Amazônia;
Manter sob conservação on-farm uma população de cada espécie de abelha nativa de importância econômica e ambiental no Semi-Árido do Nordeste e na Amazônia (daquelas descritas no Plano de Ação).
Coleta de tecido (indivíduos) de espécies de abelhas nativas sem ferrão.Estruturar um banco de dados de abelhas nativas a fim de propiciar o acesso e permutação aos usuários.

Responsável:

Fabia de Mello Pereira

Equipe:

Fabia de Mello Pereira
Giorgio Cristino Venturieri
Marcia de Fatima Ribeiro
Maria Teresa do Rego Lopes
Ricardo Costa Rodrigues de Camargo

Atividades:

Coleta, caracterização morfológica e conservação "on farm" da Melipona subnitida no Meio-Norte
Coleta, caracterização morfológica e conservação "on farm" de Melipona compressipes e Melipona rufiventris no Meio-Norte.
Coleta, caracterização morfológica e conservação "on farm" de meliponíneos da Amazônia Oriental
Coleta, caracterização morfológica e conservação "on farm" de Melipona mandacaia e Melipona asilvai no Semi-Árido

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
Joaõ Pessoa,PB.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A criação de abelhas nativas como opção na geração de renda .

Ricardo Costa Rodrigues de Camargo
Pesquisador da Embrapa Meio-Norte



No Brasil, existem mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão, distribuídas por todo o território brasileiro, e em grande parte de toda a faixa tropical e subtropical do planeta. Encontramos meliponídeos nas Américas desde o norte do México até a região central da Argentina.

Sua criação, denominada de meliponicultura, favorece a preservação das plantas nativas, devido à polinização das flores pelas campeiras, abelhas coletoras, além da produção de um mel diferenciado e com características próprias. Ao se movimentarem sobre as flores em busca do pólen, as abelhas promovem a fertilização das plantas, assegurando a sua multiplicação e perpetuação. Seus criadores colhem, indiretamente, os efeitos da polinização: maiores e melhores frutos e sementes, e a produção do mel das colônias, conseqüente desta atividade de coleta.

Além da importância das abelhas nativas na manutenção dos diversos ecossistemas, uma vez que existe um processo evolutivo atrelado e dependente da presença dessas abelhas para a reprodução de diversas espécies vegetais, inúmeras espécies de abelhas sem ferrão existentes no Brasil, apresentam enorme potencial para a produção de mel, como as espécies conhecidas popularmente como tiúba, jandaíra, uruçu, etc.




Apesar do seu potencial produtivo, essas espécies ainda são pouco exploradas comercialmente, considerando seu enorme potencial de criação. Embora a sua capacidade produtiva não possa ser comparada com a produção de mel das abelhas africanizadas, seu mel apresenta maior valor agregado, além da possibilidade de sua criação poder ocorrer próximo das moradias e permitir a participação de todos os membros do módulo familiar, como jovens e mulheres, uma vez que essas abelhas por não apresentarem ferrão, apresentam um grau de periculosidade menor, se comparado com o das abelhas africanizadas.

Os ecossistemas brasileiros possuem muitas características que favorecem a criação das abelhas, como é o caso dos manguezais. Dentre algumas características, podem-se destacar: clima quente; flora rica em espécies fornecedoras de néctar, pólen e resina; floração mais distribuída ao longo do ano e a presença natural de inúmeras espécies de abelhas sem ferrão.

Embora, esse ecossistema apresente inúmeras características favoráveis à criação de abelhas, praticamente não existem estudos que visem à avaliação do seu potencial florístico, como pasto para as abelhas produtoras de mel.

A meliponicultura se enquadra perfeitamente dentro dos conceitos de diversificação e utilização sustentável dos recursos naturais, pois é uma atividade que pode ser integrada ao manejo florestal, plantio de fruteiras e/ou culturas de ciclo curto e, em muitos casos, pode contribuir no aumento da produção agrícola. É uma atividade que necessita de pouco investimento inicial e pode ser desenvolvida em pequenas propriedades rurais, além de permitir que o agricultor ou pescador familiar mantenha suas outras atividades já estabelecidas culturalmente, tendo na nova atividade um complemento de sua renda familiar.

Nas áreas de mangues existentes nas ilhas que formam o único delta em mar aberto das Américas, as populações locais já vêem explorando as abelhas nativas, embora de modo extrativista e predatório.

Por sua natureza palustre, impeditiva da ocupação humana, durante séculos este ambiente permaneceu relativamente preservado. Entretanto, vem sofrendo agressões pela exploração predatória, através de coleta e captura excessiva de caranguejos, moluscos e pescado, da extração da madeira para uso energético, para obtenção de tanino e material de construção, e do desmatamento para o cultivo de arroz e instalação de salinas.

A vegetação de mangue, apesar de se constituir num santuário ecológico, vem sendo dizimada gradativamente. Inicialmente, cedeu parte para a instalação de salinas e, atualmente, vem sendo cortada para instalação de roças de arroz, criação extensiva de gado e para a criação intensiva de camarão. Outra pressão que a vegetação do mangue vem sofrendo está relacionada com a atuação dos chamados "meleiros". As árvores com ninhos de abelhas são cortadas, sendo a parte do tronco onde se encontra o ninho levado para a comunidade, onde o mel será usado na fabricação de remédios e garrafadas, utilizadas para a cura de inúmeras enfermidades. Entretanto, na maioria dos casos, apenas a colônia é saqueada para a retirada do mel. Essa prática predatória apresenta um impacto negativo muito grande no ecossistema, uma vez que pela falta de conhecimentos, para a retirada do mel ou mesmo da colônia, as árvores com abelhas são cortadas, e muitas vezes as próprias abelhas morrem, pois, na ânsia de se coletar o mel, são retirados seus discos de crias, sendo simplesmente eliminados, em um verdadeiro saque predatório.

A prática dos "meleiros" pode causar danos irreversíveis na manutenção de inúmeras espécies, pois, diferentemente das abelhas africanizadas que dispõem de aparato defensivo muito eficiente e forte característica enxameatória, as abelhas sem ferrão se mostram muito mais vulneráveis a essa prática predatória, além de apresentarem uma condição de se recuperar após um saque, muitas vezes inferior ao das abelhas africanizadas.

Como resultado esperado do plano de gestão e diagnóstico sócio-econômico da APA do Delta do Parnaíba, sugere-se no programa: Manejo Sustentável, a implementação de atividades economicamente viáveis e sustentáveis, de geração de emprego e renda. Sendo assim, a exploração racional dos recursos naturais, por meio da prática da meliponicultura, se enquadra nos requisitos exigidos para as atividades exercidas em unidades de conservação como é o caso da Reserva Extrativista, RESEX do Delta do Parnaíba.

Nesse sentido, A Embrapa Meio-Norte por meio do Núcleo de Pesquisas com Abelhas - NUPA vem desenvolvendo um projeto de pesquisa, com o apoio financeiro do Banco do Nordeste, por meio do Fundeci, intitulado "Manejo Sustentável de Abelhas Nativas em Área de Resex no Delta do Parnaíba" visando preencher essa lacuna na geração de informações necessárias para a criação de abelhas nativas em manejo racional e sustentável, visando a disponibilização dessa tecnologia para a comunidade local, principalmente para os catadores de caranguejo, como opção de atividade para a geração de renda e consequentemente para a melhoria de suas condições de vida.

Esse projeto tem como um dos objetivos principais o levantamento da flora visitada por essas abelhas e que serve de base para a produção de mel. A identificação e classificação dessa flora específica, assim como a caracterização de seus tipos polínicos servirão de subsídio, juntamente com a análise físico-química dos méis produzidos ao longo do ano, para a devida caracterização desse mel, como forma de agregar valor ao produto final, que terá sua produção e extração devidamente orientada, conforme os preceitos das boas práticas de higiene alimentar. Além desses aspectos a serem estudados, está sendo conduzida também à avaliação de diferentes modelos racionais de colméias quanto ao desenvolvimento das abelhas e sua produção de mel. O projeto conta com a parceria técnica da Universidade Estadual do Piauí e da Universidade Federal de Pernambuco, além do apoio logístico do IBAMA.

O projeto completou um ano de execução e já conta com diversos meliponários já instalados, com um montante de aproximadamente 100 colméias entre 10 famílias envolvidas na criação dessas abelhas.


Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pesquisas apícolas.

Pesquisas apícolas em andamento na Embrapa Meio Norte - Teresina - PI


Ricardo Costa Rodrigues de Camargo
Pesquisador da Embrapa Meio-Norte



O Brasil apresenta condições extremamente favoráveis para a criação de abelhas, dispondo de clima adequado, floradas nativas com grande potencial para a produção de mel, pólen, própolis e geléia real, abelhas adaptadas às nossas condições, tolerantes às principais doenças apícolas e altamente produtivas. Essas condições nos permitem criar abelhas sem a aplicação de medicamentos veterinários e em áreas livres de agrotóxicos propiciando uma produção limpa e disponibilizando aos consumidores produtos de alta qualidade e pureza.

A atividade apícola no Brasil vem crescendo a passos largos nos últimos anos, principalmente na região Nordeste, impactando positivamente as economias locais. Atualmente, a região se destaca no cenário nacional pelo seu volume de produção, desenvolvimento tecnológico e de infra-estrutura, programas de organização e capacitação de apicultores. Entretanto, mesmo com esse diferencial único ainda pouco explorado no país, existem muitos gargalos tecnológicos e não tecnológicos a serem eliminados, que impedem que o Brasil se torne um dos maiores produtores de mel e de outros produtos das abelhas.

A apicultura tem se consolidado como uma das atividades mais importantes do ponto de vista econômico, social e ambiental, por empregar mão-de-obra familiar e proporcionar geração de fluxo de renda, reduzindo a dependência dos produtos agrícolas de subsistência e favorecendo a fixação do homem no campo. Além disso, por depender dos recursos naturais, favorece a preservação da flora nativa, garantindo, também, a preservação de espécies animais dependentes desta flora. Estes fatores têm contribuído para o crescimento da atividade, como pode ser verificado no Piauí, onde, aproximadamente, 15.000 famílias estão envolvidas direta ou indiretamente na atividade com um crescimento na ordem de 9% ao ano, ou seja, cerca de 700 famílias.

Em virtude da importância da atividade, não só na região Nordeste como em grande parte dos Estados brasileiros, a Embrapa Meio-Norte tem envidado esforços para a realização de ações de pesquisa e desenvolvimento visando dar suporte à cadeia produtiva apícola, buscando o aumento da produtividade, aliada à melhoria da qualidade dos produtos da colméia.

Nesse sentido, no período de 2001/2002, a Unidade iniciou a formação do Núcleo de Pesquisas com Abelhas - NUPA, visando dotar a instituição de infra-estrutura física e pessoal qualificado em pesquisa e desenvolvimento, capazes de gerar, adaptar e transferir conhecimentos que permitam o desenvolvimento sustentável destas atividades. Para isso, foram realizadas contratações de pesquisadores e técnicos especializados, que atualmente estão envolvidos na elaboração e execução de projetos de P&D, abordando diferentes linhas de pesquisa da Apicultura e Meliponicultura, além de atuarem em parceria com outras instituições ligadas à atividade em projetos de capacitação e transferência de tecnologias, como no caso da Federação das Entidades Apícolas do Piauí - FEAPI, IBAMA, universidades, ONGs, Sebrae, etc.



Em relação à estrutura física e tecnológica do Núcleo, a existência de apiários e meliponários experimentais instalados em diversos ecossistemas do Piauí (cerrado, caatinga, área de transição, manguezal), aliado a estrutura laboratorial permitem que o grupo realize ações de pesquisa abrangendo os temas: alimentação de abelhas, qualidade do mel, instalação e manejo de apiários, flora apícola, apicultura orgânica e meliponicultura. Além disso, tem atendido ao setor produtivo, pela prestação de serviços laboratoriais com a realização de análises de mel exigidas pela legislação vigente e pelos mercados consumidores.

Ressalta-se ainda que a estruturação do Núcleo tem contribuído para a formação de profissionais para atuarem no setor apícola, por meio da orientação de estagiários e bolsistas de nível médio e superior.

A atuação do NUPA também envolve a participação de membros da equipe em comissões externas ligadas ao Arranjo Produtivo da Apicultura, como é o caso das Câmaras Setoriais (estadual e nacional) e de normalização.

Sendo assim, a Embrapa Meio-Norte, por meio da atuação do NUPA, vem se empenhando no desenvolvimento do agronegócio apícola e da meliponicultura, na certeza de que a criação sustentável de abelhas pode contribuir para a geração de renda para os agricultores familiares, fixando o homem no meio-rural, para preservação ambiental, por meio dos serviços de polinização prestados e na manutenção das áreas de vegetação nativa e das abelhas.


Temas de Atuação do NUPA

Apicultura, meliponicultura e interação das abelhas com o meio ambiente e a produção agrícola.

Focos de ação

Atualmente, encontra-se em fase de implantação e/ou condução, projetos e ações nas seguintes linhas de pesquisa:

*Alimentação de abelhas:identificar alimentos alternativos regionais para a manutenção dos enxames em determinados períodos como na entressafra, nos períodos de pré-floradas, no manejo para polinização, etc.
*Manejo de colméias: buscar soluções para problemas relacionados à produtividade e qualidade do mel, migração de enxames, sanidade das abelhas etc.;
*Qualidade do mel: estabelecer um perfil das características específicas dos diferentes tipos de mel da região (sensorial, físico-químico), além de resolver os principais gargalos, quanto à produção e ao processamento, visando à manutenção da qualidade do produto final;
*Flora apícola: identificar as plantas melíferas da região, executando análises polínicas e melissopalinológicas, atualizando a palinoteca já existente e colaborando para a identificação botânica dos méis produzidos na região.
*Apicultura orgânica: apoiar a certificação orgânica na região, auxiliando os produtores nos processos necessários para a certificação orgânica, instalando apiários orgânicos e desenvolvendo tecnologias adaptadas às condições específicas da região e que se adéqüem às diretrizes internacionais para a certificação orgânica.
*Meliponicultura: levantamento da flora de interesse para a Meliponicultura e das espécies de abelhas da região com maior potencial para produção de mel e polinização e avaliação de modelos racionais de colméias e de técnicas de manejo e extração de mel.
*Polinização: identificar as espécies de abelhas que sejam polinizadores efetivos das principais culturas agrícolas da região e elaborar planos de manejo para a sua polinização dirigida.

Objetivo Geral

Contribuir para o desenvolvimento sustentável da Apicultura e da Meliponicultura por meio da geração, adaptação e transferência de conhecimentos e tecnologias, estando permanentemente articulado, em forma de parceria, com outras instituições de pesquisa e desenvolvimento ligados a essa área em todo o Brasil.

Objetivos Específicos:

Realizar atividades de pesquisa e desenvolvimento em Apicultura e Meliponicultura;
*Desenvolver tecnologias que aperfeiçoem os processos de produção e beneficiamento dos produtos das abelhas.
*Prestar serviços laboratoriais para análise de mel e subprodutos da Apicultura e Meliponicultura, visando contribuir para a melhoria de qualidade;
*Desenvolver estudos sobre cadeias produtivas dos produtos das abelhas.
*Colaborar com as universidades do Meio-Norte e de outras regiões, na formação de profissionais para atuarem na Apicultura e Meliponicultura;
*Treinar profissionais de assistência técnica e extensão rural, para a transferência de tecnologias junto a produtores;
*Assessorar o setor público e privado, na elaboração de políticas, planos, programas e projetos, para o desenvolvimento da Apicultura e Meliponicultura.


Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Embrapa semiárido,incentiva preservação de abelhas nativas.



Mais uma vez,eu achei muito interessante essa matéria,da Embrapa semiárido à respeito de um projeto de conservação de abelhas nativas,e resolvi postar a matéria em meu blog.

Criadores vão participar de projeto da Embrapa para conservar abelhas sem ferrão.

Arquivo da Embrapa Semi-Árido


Nos fundos da sua casa, em Juazeiro-BA, a advogada e produtora Balbina Carneiro Rios Filha acomoda, em caixas, nada menos que 130 enxames de abelhas sem ferrão, também chamadas de meliponíneos (mandaçaia, manduri e abelha branca). Na cidade vizinha, separada de Juazeiro pelo rio São Francisco, Petrolina–PE, o comerciante Deusdete Freire Paiva cria abelhas semelhantes (mandaçaia e cupira) em 75 pequenas caixas arrumadas uma ao lado da outra no quintal da sua residência.

Os endereços dos dois são ruas movimentadas em áreas urbanas populosas. O frenesi diário das abelhas saindo e retornando para as caixas ao longo do dia jamais trouxe incômodo para a vizinhança. Para eles, estar no meio desse vai e vem é uma boa terapia. Deusdete ainda aproveita para coletar e comercializar o mel, que tem fama de possuir propriedades terapêuticas. Balbina, que produz manga orgânica, costuma coletar os enxames que acomoda em casa nos troncos das árvores derrubadas para dar lugar a plantios irrigados.

Pesquisa – As experiências do comerciante e da produtora vão ajudar na execução do projeto “Conservação dos Recursos Genéticos de Animais Silvestres, da Aqüicultura e da Apicultura”. Três centros de pesquisa da Embrapa (Amazônia Oriental, Meio Norte e Semi-Árido) estão envolvidos em um plano de ação que tem o objetivo de preservar espécies ameaçadas de extinção como a mandaçaia e manduri, aqui na região.

Bióloga, a pesquisadora da Embrapa Semi-Árido, Márcia de Fátima Ribeiro explica que o monitoramento dos criadouros como os mantidos por Balbina e Deusdete, com o registro das ações e orientações de manejo, é uma estratégia do projeto para conservar essas abelhas. As instituições também irão manter estruturas como Bancos Ativos de Germoplasma (BAG) para criar espécies em cativeiro. Nesse centro de pesquisa, uma parte da criação será mantida em ninhos no recém instalado Laboratório de Abelhas Nativas.

Os pesquisadores preveem ainda a conservação das espécies em habitats naturais. De acordo com Márcia, a manutenção das abelhas nessas condições é mais simples. Contudo, os trabalhos de identificação da população das espécies-alvo e o monitoramento da sua existência no ambiente exigem o deslocamento por grandes extensões de terra.

90% – O projeto vai concentrar estudos em 13 espécies de importância econômica e ambiental. Especialistas da Embrapa Amazônia Oriental irão pesquisar oito, dentre elas: uruçu cinzenta, uruçu amarela, canudo amarela, jataí, canudo e urucu boca de renda. Na Embrapa Meio Norte, serão três (jandaira, uruçu e tujuba), e outras duas na Embrapa Semi-Árido (mandaçaia e manduri ou monduri). Exemplares de abelhas sem ferrão coletados em áreas de ocorrência natural vão ser mantidos sob congelamento para caracterização de DNA.



Márcia afirma que todos esses estudos podem auxiliar a reduzir uma lacuna na pesquisa: o pouco conhecimento acerca da extinção das espécies de abelhas no país.

Com a devastação de áreas naturais, certamente as perdas serão consideráveis. O mais grave é que se acredita que cerca de 90% da polinização das árvores nativas são feitas pelas abelhas sem ferrão. Se esses insetos forem extintos, porão em risco a reprodução de espécies vegetais nos biomas brasileiros. Mesmo nos sistemas agrícolas, onde se recorre a tecnologias sofisticadas de produção, gerência e comercialização, não se pode dispensar os “serviços de polinização” das abelhas.

Os estudos que começam a ser realizados pelo projeto preveem a identificação e caracterização das abelhas com ênfase nos locais que elas utilizam para fazer seus ninhos, na sua distribuição geográfica e espécies de plantas visitadas para coleta de néctar, pólen e resina.

Das 20 mil espécies de abelhas que existem em todo o planeta, apenas cerca de 400 são sem ferrão. Sem predadores a ameaçar sua existência, elas evoluíram perdendo a capacidade de ferroar e injetar veneno. Contudo, mantêm formas inusitadas de defesa como se enroscar nos cabelos, morder ou colocar secreções ácidas sobre a pele das pessoas, o que causa grande irritação e ardência.

Diferenças - Além da presença de ferrão (ou não) há outras características que diferenciam as chamadas abelhas melíferas ou abelhas 'europa' dos meliponíneos. Entre elas estão a maneira de comunicar as fontes de alimentos: enquanto as primeiras dançam, as segundas fazem indicações com pistas de cheiro e vibração de asas, e ainda indicam a altura em que está a comida. As abelhas com ferrão, diante da falta de alimento, costumam abandonar coletivamente o local, num enxame de abandono. Nos meliponíneos isso é incomum porque a rainha, com as asas desgastadas pela idade, não consegue voar e acompanhar as operárias.

O tamanho das colônias entre essas abelhas tambem é muito diferente. As colônias das abelhas sem ferrão possuem, em média entre 500 e 1000 indivíduos, embora existam espécies com até 3500 e 5000 indivíduos. No caso das abelhas cacahorro ou arapuá a população pode chegar a 30 mil indivíduos. As abelhas melíferas, ou com ferrão, as colônias chegam a abrigar até 80 mil indivíduos.

Contatos:

Márcia de Fátima Ribeiro – pesquisadora;
marcia.ribeiro@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – jornalista;
marcelrn@cpatsa.embrapa.br

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Boas surpresas,com as jandairas!

Amigos!


Eu passei a páscoa no cariri paraibano,aproveitei para descansar e fazer uma das coisas que mais gosto,quando estou lá :observar o trabalho das minhas abelhas nativas.

Fiz uma mudança em uma caixa de cupira(partamona seridoensis),pois a caixa estava sem espaço para os discos de cria,e eu mudei essa colónia para uma caixa mais apropriada.

Mas,a melhor surpresa que eu tive,foi ao examinar uma caixa de jandaira,que foi transferida em janeiro desse ano.Ao tirar à caixa da prateleira,eu já percebi que ela estava bem pesada,o que indicava um bom crescimento,e boa produção de mel.

Essa colónia,em especial eu fiz de tudo para deixá-la forte,pois,foi uma colónia que os meleiros tiraram o mel e quase destruíram a imburana,onde estava alojado o ninho,e por sorte eu estava no interior nessa época,e coloquei o que sobrou em uma caixa racional,com apenas duas alças:ninho e melgeira,durante as minhas idas ao cariri,eu sempre acompanhava essa colónia com mais cuidado.

Voltando ao assunto;ao tirar a tampa da caixa,eu já percebi que os potes de mel estavam grudados no acrílico,eu levantei o acrílico e vi que havia uma boa quantidade de mel e ,vi também que precisaria acrescentar mais uma melgeira à esse caixa.

Melgueira cheia de mel de jandairas.


Como eu tinha algumas melgeiras guardadas e, com a ajuda de meu irmão,eu acrescentei mais uma melgeira à essa caixa,aumentando assim o espaço para construção de potes de alimento.

Os discos de cria,também estavam se desenvolvendo bem,essa caixa tem um bom número de campeiras e a rainha tem ótima genética,pois está com um postura acima da média.



Com as chuvas de dezembro e janeiro,as árvores nativas ficaram verdes e agora estão com muitas flores,o que é uma festa para as abelhas,que quase não param de trabalhar.

Dentre as espécies de plantas nativas, que estão com flores nessa época,as principais são o marmeleiro,a catingeira,a jurema,a malva,o muçambê,o mata-pasto,a maniçoba e a aroeira.



As abelhas adoram as flores dessas plantas,é fácil ver o movimento delas,visitando e voando de flor em flor.
Veja um pé de catingeira florido,(como o próprio nome diz,essa árvore é símbolo da caatinga)com suas flores amarelas;e um pé de marmeleiro.



Durante esses dias,em que eu estava no cariri,eu também fiz revisão em um caixa de moça branca,que tinha sido dividida à pouco tempo,depois eu postarei os resultados dessa revisão.

A região de São João do cariri,PB. está chovendo,apesar de serem chuvas irregulares,mas está mantendo as plantas verdes e a esperança que continuem assim,por mais alguns meses.

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.