terça-feira, 27 de julho de 2010

Imagens do "meu cariri paraibano".


Ao criar esse blog,em 2009,eu queria apenas relatar experiências com as minhas abelhas nativas e trocar experiências com outros apaixonados pelo assunto,mas com o passar desses meses,sei que ele é uma ótima ferramenta para facilitar a nossa vida,e fazer algumas amizades.


Como todos sabem,a internet é um ótimo meio de comunicação,e sempre converso com pessoas dos diversos locais do Brasil e até do mundo,sempre sobre meu assunto preferido(abelhas nativas).

Faz algum tempo,que eu encontrei um blog muito interessante,o Monte do mel http://montedomel.blogspot.com/e mantive os primeiros contatos com o seu proprietário,o Joaquim Pífano.

O Joaquim é de Portugal,é técnico em apicultura,mas apesar de estar bem distante das nossas abelhas nativas,ele se mostra um apaixonado por elas,e pelas nossas paisagens tropicais,sempre que ele visita meu modesto blog,faz algum comentário a respeito das belas paisagens do meu semiárido nordestino,pois são bem diferentes das do seu país.

Aproveitando esse seu interesse, em ver nossas paisagens,eu resolvi fazer essa postagem em sua homenagem,e em agradecimento à força que ele sempre deu a mim e ao meu blog;inclusive fazendo de um comentário meu,uma postagem em seu blog,aproveito também para dedicar a outros grandes amigos,por exemplo José Halley Winckler,da associação dos meliponicultores do Rio de Janeiro(AME-Rio)http://ame-rio.blogspot.com/,que sempre me deu força para continuar com meu trabalho,aos meus amigos que seguem o blog,enfim à todos.

As fotos não são boas,pois minha câmera é simples e eu não entendo nada de fotografias.

Espero que gostem,pois são paisagens do “meu cariri paraibano”,que para mim é o paraíso.

Esse é o berço da jandaíra(melípona subnitida),da cupira(partamona seridoensis),da manduri/rajada(melipona asilvai)e de tantas outras espécies de abelhas nativas.


Esse é o leito de um pequeno rio(riacho),coberto de pedras,que com a passagem da água,faz muito barulho.


Formação rochosa(lajedo)no meio da caatinga,foi feita uma pequena parede de contenção,para armazenar a água da chuva.


No meio da caatinga,muitas pedras e algumas plantas típicas:xique-xique,macambira,urtiga,marmeleiro.





Leito de um riacho,pode-se ver algumas plantas nativas:craibeiras,catingeira,ao fundo pode-se ver uma barragem de pedra e cimento.



Um pé de jucá.


Época de chuva,no cariri a natureza se transforma,é só alegria.


Leito seco,do riacho.


Algumas construções comuns,no cariri:curral,cocheira e armazém,sítio da família.


Palma forrageira,alguns pés de algaroba e ao fundo a caatinga.


Plantio de palma,e muitas flores nativas,que fazem a alegria das abelhas.


A esquerda,um pereiro,no centro uma jurema preta e a caatinga maravilhosa.


Reservatório de água(açude),e um cata-vento,usado para captar água do subterrâneo.


No meio da caatinga,o "caroá",essa planta que é parente da macambira,foi muito importante para a região,pois era usada para fabricar cordas,e os caririzeiros vendiam suas folhas,para conseguirem alguma renda.


Essas são algumas imagens do cariri paraibano,um lugar de homens fortes e trabalhadores,que apesar das adversidades, continuam na luta e com esperanças de dias melhores.


Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponaário Braz.
João Pessoa,PB.

sábado, 24 de julho de 2010

Forídeos,a pior praga da meliponicultura.


Em muitas das minhas postagens,eu falei das dificuldades de morar longe do meu meliponário,e hoje estou escrevendo essa postagem,justamente para contar um acontecimento que me deixou muito chateado.

No último sábado,(aproveitando uma carona de um primo )eu fui ao cariri Paraibano,onde localiza-se meu meliponário.



Chegamos lá,quase à noite,mesmo assim fui dar uma olhada rápida nas abelhas nativas...e,uma caixa de jandaíras me chamou atenção,pois eu não vi nenhum movimento,nem vigia...e já imaginei que algo de ruim estava para acontecer,ou já teria acontecido.

Rapidamente,peguei a escada e tirei a caixa(ao pegar a caixa eu já disse para meu irmão,que ela tinha perecido,pois estava muito leve),ao abrir eu pude ver uma destruição,que nunca tinha presenciado,pois essa foi a primeira caixa que eu perdi,para os malditos forídeos.

Essa caixa foi invadida pela maior praga da meliponicultura,(na minha opinião)os forídeos,que destruíram completamente os discos de cria e os potes de alimento...,não sobrou nada,tudo foi reduzido a pó.



Houve um problema com essa caixa,ela foi virada e teve um derramamento de mel,o que atraiu os forídeos,e como eu não estava por perto,para organizar as coisas e salvar essa colônia(que era bem forte),ela pereceu.



Ao ver aquela destruição, eu tive um misto de raiva e tristeza,pois pra quem ama as abelhas,do jeito que eu amo,é muito difícil ver uma cena como essa,e não ficar desanimado.



Aproveitei e revisei as outra caixas,mas estava tudo em ordem.

Eu trouxe uma jandaíra, e uma cupira (que estava em Campina Grande)para João Pessoa,pois essa jandaíra estava um pouco fraca e eu preferi tê-la por perto,para poder reforça-la e acompanhar seu desenvolvimento.


Apesar do pouco tempo,a cupira(partamona seridoensis) parece está se adaptando bem ao litoral,pois estão com um bom movimento, e estão chegando carregadas de pólen.



Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

sábado, 17 de julho de 2010

A abelha cupira.



Mais uma vez,eu vou falar de uma abelha nativa(abelha sem ferrão,ou abelha indígena) do semiárido nordestino,que eu tenho um amor especial,trata-se da abelha cupira(partamona seridoensis).

Durante o mês de junho,eu fiz uma transferência de uma cupira do cupinzeiro,para uma caixa racional.
                                             Em destaque uma realeira da abelha cupira.


O cupinzeiro onde estava essa colônia,estava em um tronco de pereiro,quase encostado ao chão.

Como já é de costume,para fazer essa transferência,eu contei com a ajuda de um dos meus irmãos,que está ficando fera nessas transferências.

Logo cedo,nós começamos os trabalhos,e para facilitar,levamos o cupinzeiro para uma distância de uns dez metros(pois esse era um local mais limpo,sem muito mato)o que facilitaria o nosso trabalho,inclusive na coleta de abelhas ,com o sugador.

Após abrirmos o cupinzeiro,eu retirei as crias com cuidado,e coloquei na caixa,deixando a tampa entre-aberta,para facilitar que algumas abelhas, já fossem entrando na nova morada... À essa altura,as abelhas já estavam nos mordendo pra valer,mais já estamos acostumados e não perdemos tempo...eu consegui retirar uma parte dos potes de alimento,sem danificá-los e também coloquei na caixa,os outros potes que se romperam,foram pra casa.

Tivemos muito trabalho para encontrar a rainha,pois com a abertura do cupinzeiro,ela se escondeu e quase ficou sem ir pra nova caixa,pois pensamos que ela estivesse dentro do envólucro,junto com as crias,e se não tivéssemos procurado minunciosamente,teríamos a deixado nos pedaços do cupinzeiro...,também tivemos um trabalhão,para sugar as abelhas novas(que são bem clarinhas),e são muitas,...quase ficamos sem fôlego,de tanto sugar abelhas...mas valeu todo o esforço,pois essa é uma bela colônia.




Terminada a transferência,colocamos a caixa no local onde estava o cupinzeiro,que a essa altura já estava tomado pelas abelhas adultas,que estavam trabalhando...,e também as que voaram no momento da abertura do cupinzeiro.

Durante o dia ,eu fiquei observando o movimento das abelhas ,que rapidamente,trataram de vedar todas as frestas da caixa,(pois mesmo usando fita,entra claridade,e elas não gostam)e,também retiravam a cera que eu coloquei na entrada,para sinalizar a nova moradia.

Quase que eu perdi essa colônia,pois,por está quase no chão,as pequenas formigas pretas(que são altamente mordedeiras)estavam entrando na caixa,por por pequenas imperfeições que existiam em seu fundo.

Ainda bem que eu vi,durante o dia,pois se eu tivesse deixado a caixa passar a noite lá,possivelmente teria perdido,todas as abelhas.


Eu peguei a caixa e trouxe para casa,e fiquei durante um bom tempo matando as formigas,passando a mão na caixa e esmagando-as...até não ver mais nenhuma formiga,só então abri a caixa para ver como as coisas estavam por lá,e por incrível que pareça...as abelhas estavam bem,apesar de estarem agitadas...resolvi não mexer mais,e coloquei a caixa pendurada na parede da casa,protegida pelas telhas...,no outro dia bem cedo,eu já pude ver um bom movimento de abelhas voando ao redor da caixa.

Ao voltar ao local onde estava o cupinzeiro,eu vi uma boa quantidade de campeiras lá,pousadas no galho de pereiro e algumas voando...,aproveitei e peguei uma colônia que estava um pouco fraca, e levei ao local para pegar essa campeiras...,(e isso aconteceu sem problemas)ao colocar essa caixa na mesma posição,em que estava o cupinzeiro,as abelhas foram entrando aos poucos, até não restar mais nenhuma abelha no galho do pereiro,nem voando ao redor.Nesse momento,eu levei a caixa de volta ao seu lugar de origem.

Passei o dia, observando o trabalho das abelhas que estavam em casa,e percebi que elas estavam bem,...uma coisa que me chamou atenção ,foi ver que ela estavam roendo a fita que eu tinha colocado,para ajudar na vedação da caixa...elas roeram uma boa parte dela.

Outra coisa bem interessante,foi ver que elas estavam saindo por dois locais,isto é,ela conseguiram abrir outra entrada(aproveitando uma fenda que a tábua tinha,e foi fechada com cera e fita)...e durante os dias que eu estava por lá,elas continuavam utilizando as duas entradas,...claro que a entrada principal,tinha mais movimento,mas elas continuavam entrando e saindo também,pela entrada pequena,aberta por elas.



Essa caixa está em Campina Grande,mas em breve estará aqui em João Pessoa,pois pretendo ir buscá-la logo.

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Meliponário urbano II.

Eu trouxe uma jandaíra,do cariri pra João Pessoa,no dia 04 de julho,e, para evitar perturbar ainda mais elas,resolvi só fazer uma revisão hoje...

É claro que, todos os dias eu estou observando o movimento das campeiras,que ,para minha alegria estão chegando carregadas de pólen...esse é um ótimo sinal que elas estão se adaptando bem à nossa cidade...

Uma das minhas dúvidas,com relação à adaptação delas por aqui,era justamente a mudança nas espécies de árvores,...que são bem diferentes das encontradas no semiárido...,mas elas são muito valentes e fortes(como os sertanejos)e conseguiram descobrir novas plantas,para retirarem o seu tão precioso pólen...

Para minha sorte,por aqui existem muitas fruteiras,e como todos sabem,as abelhas gostam muito do pólen dessas plantas:mangueira,cajueiro,acerola,coqueiro,jambo,mamoeiro e goiabeira,são exemplos de fruteiras que existem aqui,por perto da minha casa,... além de outras tantas
árvores que eu nem sei o nome,mas que possivelmente as abelhas também visitam suas flores...



Quando eu coloquei a caixa no local definitivo,ofereci xarope,para dar um reforço na alimentação,até que elas se adaptassem...,o que não demorou muito,pois,no segundo dia eu já vi as campeiras voltarem carregadas...

É bem interessante,ver as abelhas saindo para o seu trabalho diário,...elas saem em várias direções,e sempre conseguem alimento...



Ao abrir a caixa,hoje,elas saíram e ficaram voando ao meu redor,mas não me morderam(e olha que elas sempre me dão pelo menos uma mordidinha),...eu vi que estava tudo em ordem,(apesar de ser uma colônia em desenvolvimento)e não demorei a fechar a caixa e colocá-la de volta ao seu lugar de origem...



Essa caixa está na casa de minha irmã,pois eu moro em um 1º andar e preferi,deixar elas se acostumarem um pouco mais com a cidade,para trazer pra minha casa...,que é perto de onde elas estão …

Quando eu organizar o meu tempo,vou pra Campina Grande,buscar a cupira e a moça branca,que eu deixei lá...,talvez,com essas eu tenha um pouco mais de trabalho...,principalmente com a cupira...

Em minha próxima viagem ao cariri,eu trarei mais uma jandaíra,pois já sei que elas se adaptam bem por aqui...

Posso dizer que já tenho um meliponário urbano(ainda que seja só com uma jandaíra...rs,rs,),mas pra tudo tem o primeiro passo,e em breve darei outros passos...,até trazer algumas das minhas abelhas pra cá...

Esse contato diário,(ainda que pequeno,devido ao tempo)só tem aumentado a minha paixão pelas abelhas nativas,e com certeza vai me fazer aprender um pouco mais sobre elas...

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

São João no cariri Paraibano.

Como disse,na última postagem,passei o período junino lá,no “meu cariri".

Graças a Deus,as chuvas apareceram por lá,embora um pouco fora de tempo,mas não podemos reclamar,pois chuva é sempre bem vinda por aquelas bandas...

Com as chuvas,as matas se reverdeceram,e a caatinga está linda,nem parece aquele mesmo lugar dos períodos de seca.



Quase não conseguimos acender a fogueira de são joão,(tradicional,por aquelas bandas)foi preciso usarmos querosene,pois a lenha de algaroba que eu e meus irmãos tiramos, estava bem molhada e a chuva estava sempre por perto.
Mas é essa chuva que deixa o caririzeiro feliz e que faz a alegria dos animais e plantas da região.




As minhas abelhas estão bem. E eu,como faço sempre que estou por lá,fiquei observando o movimento delas,no meliponário e nas plantas floridas,para ver as preferências e o belo trabalho de coleta de pólen.

Eu aproveitei para fazer algo,que eu já pensava em fazer à algum tempo:um espécie de senso,das imburanas e imbuzeiros ,ocupados pelas africanizadas.

Para essa missão,eu contei com à ajuda de um dos meus irmãos,que está cada vez mais apaixonado pela meliponicultura,embora essa paixão só tenha aparecido, após ele ter me ajudado em algumas transferências.

Nós saímos de casa cedo,e escolhemos uma área do sítio, que sabemos ter bastante árvores dessas espécies.
Olhamos umas cinquenta árvores,e para minha alegria,só encontramos três africanizadas.

Uma coisa que me chamou atenção,foi o fato da maioria das imburanas e imbuzeiros vistos por nós,terem cicatrizes,causadas pelas retiradas do mel de ápis...,essas cicatrizes são bem profundas e muitas vezes,a árvore não resiste e cai devido ao vento e a fragilidade que o seu tronco apresenta,após os cortes.



É por isso,que eu dou tanta importância ao plantio dessas árvores,para tentar minimizar o impacto sofrido por nossa caatinga,ao longo do tempo.

Quando eu estiver por lá,vou continuar esse trabalho,para ter uma ideia da quantidade de colônias de ápis e de abelhas nativas em nosso sítio,é claro que esses dados não são tão rígidos,pois as abelhas podem enxamear,e isso pode trazer algumas diferenças nos números mesmo assim,dar pra ter uma ideia.

Outro dado animador,é que encontramos algumas moças brancas,jandaíras e cupiras,(as cupiras em cupinzeiros)o que mostra que as nativas estão conseguindo se manter nessa região,apesar das adversidades,dos desmatamentos,das queimadas,da invasão das ápis e da destruição causada pelos meleiros.

Claro,que eu pretendia trazer algumas caixas para João Pessoa,e fiz...
Eu deixei em Campina Grande,na casa de uma tia,uma cupira e uma moça branca,para que elas se adaptem as mudanças de temperatura,clima e tipo de flores,só depois de alguns dias irei trazê-las pra cá.

Aproveitei e trouxe uma jandaíra,ela já está aqui em João Pessoa,e parece está se adaptando bem,apesar de estar chovendo muito por aqui,elas estão trabalhando bem,mesmo assim,vou alimentá-la e acompanhar seu desenvolvimento e adaptação...


Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.