segunda-feira, 30 de agosto de 2010

10.000 acessos,obrigado!

Quem imaginaria,que um blog tão simples e amador,falando de coisas simples;mas verdadeiras,chegaria aos 10.000 acessos,em menos de um ano de existência?

Com certeza,eu não imaginaria,mas fico muito feliz,ao ver que hoje,dia 30/08/2010,meu humilde blog,alcançou esse número de visitas.

Em setembro de 2009,eu fui incentivado por meu sobrinho(Lucas),à criar um blog,para falar dessa minha paixão pelas abelhas nativas(acho,que ele já não aguentava mais me ouvir falando sempre desse mesmo assunto,por isso me mandou criar esse blog,só assim,eu teria um local específico,para expressar minhas idéias, rsrs).




Durante esse período,muitas coisas aconteceram;coisas alegres e coisas tristes;em dezembro de 2009,eu tive a maior tristeza de minha vida:perdi meu pai,aos 67 anos de idade,ele sempre viveu no cariri paraibano,pois ao contrário de seus irmãos,não quis ir para a “cidade grande” estudar,preferiu ficar ali mesmo,na luta com os animais;essa era a sua maior paixão,a vida de vaqueiro.

Aos 13 anos de idade,ganhou de seu pai um cavalo,uma sela e uma roupa de couro(uniforme do vaqueiro nordestino) e a cada dia,sua paixão por essa vida só aumentava;...quantas e quantas vaquejadas por esse sertão;quantas pegas de boi no mato;quantos cavalos ele domou;quantos amigos vaqueiros ele fez;quantos aboios(canto típico dos vaqueiros nordestinos,onde se faz versos de improviso);quantos sonhos;quantas saudades...


Como eu já falei em outras postagens,eu sou tipicamente um homem do campo,e essa minha paixão pelas coisas da minha terra,eu herdei de meu pai e de meus avós.

Se Deus permitir,em dezembro próximo,meu avô,estará completando 102 anos de idade,e minha avó 97 anos em outubro.

Sempre moraram no cariri paraibano,apesar de já terem possuído casas em cidades,nunca quiseram morar fora de sua terra natal,meu avô sempre disse ,que se tivesse que ir morar em uma cidade,com certeza morreria mais rápido,pois não aguentaria ficar longe de seu torrão.

Uma das lições,que eu aprendi com meu avô,foi:sempre trabalhar,para conseguir ser alguém na vida,de forma honesta;e ninguém melhor que ele para servir de exemplo.Na sua juventude,herdou de seu humilde pai,a profissão de “tropeiro”,e ele sempre trabalhou para ser “alguém”na vida.

Trabalhando de sol à sol,ele foi juntando umas reservas e,após alguns anos de muita luta e sofrimento,conseguiu comprar sua terra,seu lar,onde com muito suor,criou dez filhos e conseguiu se destacar em sua região,como um homem honesto e “de palavra”,que sempre primou pelos bons costumes.

Foi nesse meio,que eu fui criado,mas ao contrário de meu avô,que sempre gostou de “gado”,eu fui me apegando as abelhas nativas que,embora não me tragam retorno financeiro,me fazem ficar cada dia mais ligado as coisas do “meu cariri”.

Estou na luta para divulgar a meliponicultura em minha região,e já consegui alguns avanços,pois as pessoas não estão mais vendo essa atividade,como “coisa sem futuro”,e algumas já pensam em investir nessa atividade,O que falta são cursos,seminários,discussões sobre o assunto,para que as pessoas conheçam mais essa minha paixão.

Espero,que meu humilde blog,continue sendo um ponto de encontro de pessoas, que como eu,são apaixonadas pelas abelhas nativas;pela minha querida caatinga,pela natureza,enfim por nosso planeta terra.

Agradeço a todos que seguem,visitam,comentam e acompanham esse blog.

Grande abraço a todos.

Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Divulgando a meliponicultura.

Em algumas postagens anteriores,eu já mencionei a importância de se divulgar a meliponicultura em nosso país,pois a grande maioria das pessoas, nem imagina que existem abelhas sem ferrão.Acham que só existe a ápis mellífera.

À poucos dias eu estava na casa de minha irmã,alimentando as minhas abelhas.Quando um rapaz que veio lá fazer um serviço,ao ver as caixas,perguntou se eram abelhas...falei que sim,eram abelhas nativas,sem ferrão,mesmo assim ele me disse que elas são bem perigosas,que eu estava era doido,criando aquilo...e ficou com uma cara de medo,enquanto realizava o seu serviço;eu lhe expliquei claramente,que se tratavam de abelhas inofensivas,aproveitei para esclarecer algumas dúvidas que ele tinha ,à respeito do assunto e aos poucos ele entendeu que as jandaíras não faziam mal algum,pelo contrário são altamente importantes para a natureza,tão ameaçada.

Claro,que aquele rapaz,só conhecia a ápis,e por isso acha que todas as abelhas são iguais,ou seja acha que todas tem ferrão,por isso aquela cara de medo e espanto,afinal a maioria dos acidentes com as africanizadas,acontecem nas cidades.

É bem difícil,entender,porque a criação racional de abelhas nativas(abelhas sem ferrão ou indígenas) não é divulgada,apoiada e incentivada em nosso país.

Todos sabem,da importância ecológica,e econômica que essa atividade tem,e poderá ter, se houver apoio para novos criadores.

Sabemos que existem muitas pesquisas,nas universidades,embrapa,emater,etc. Mas essas pesquisas(na grande maioria) não chegam aos criadores,que têm necessidade de novas técnicas de manejo racional.O próprio IBAMA,ao invés de facilitar a regularização do setor,dificulta muito a vida de quem quer fazer dessa atividade um negóci(no meu caso eu só crio por paixão,pois não disponho de muitas colônias,para comercializar,mesmo achando que pode ser um bom negócio,vender abelhas,mel,pólen...)

Também acho que os próprios meliponicultores,podem,e devem ajudar nessa tarefa de divulgar a nossa atividade,pois só teremos a ganhar com a profissionalização do setor.

No meu caso particular,estou tentando encontrar novos criadores, aqui em João Pessoa,mas só encontrei pouquíssimos,embora saiba que existem mais.

Existe uma amiga minha,que quer divulgar a meliponicultura em nosso estado(Paraíba),e está montando um meliponário na cidade de Campina Grande,claro que eu vou participar desse projeto,pois sou apaixonado pelas abelhas nativas e não ficaria de fora,por nada eu vou à Campina,na próxima semana e pretendo ir conhecer o local ,onde já está sendo montado o meliponário.

Essa amiga é zootecnista ,e é apaixonada pelas abelhas nativas,com certeza ela fará um ótimo trabalho.

Em breve espero ter boas notícias à respeito desse maravilhoso projeto,que visa divulgar e incentivar a meliponicultura na Paraíba,e no nordeste.

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

sábado, 14 de agosto de 2010

Abelhas nativas,e as cidades.

No último domingo,dia 8 de agosto,eu trouxe duas jandaíras do cariri,pra João Pessoa...

Essas duas caixas,foram divisões que eu fiz e que aproveitei para trazê-las pra cá,afim de acompanhar melhor seu desenvolvimento.

Como eu já havia trazido duas jandaíras e uma cupira,hoje meu meliponário urbano conta com cinco caixas...



Lendo relatos, do amigo Kalhil(do meliponário do sertão),...um dos maiores problemas para se criar abelhas nativas nas cidades,é sem dúvidas o “fumacê”(carro que passa soprando veneno,para tentar matar o mosquito da dengue,mas na realidade,mata todos os insetos que encontra pelo caminho)...E esse ano,infelizmente,esse carro está passando rotineiramente por aqui,...o que tem me deixado bastante apreensivo...

Algumas vezes,o “fumaçê” passa à noite,...menos mal,pois as abelhas estão dentro das caixas,e podem se proteger...mas,já houve dias que “ele”passou à tarde,enquanto as campeiras estavam em plena atividade...e isso é um desastre,sem igual...,pois com certeza,a colônia perde um bom número de campeiras,...que são as que alimentam toda a colônia...

Por enquanto,eu ainda estou conseguindo administrar as perdas,... mas não sei se isso vai piorar,só com o acompanhamento é que saberei...

Eu estou alimentando as abelhas,e fornecendo cera,para facilitar a vida delas...,pelo menos, até que elas estejam completamente adaptadas ao litoral paraibano...

Mesmo com o inconveniente do “veneno”,eu pretendo trazer mais algumas caixas para cá,pois aqui posso acompanhar tudo,bem de perto...e com certeza aprender sobre as abelhas nativas...,coisa que só se consegue,acompanhando o desenvolvimento diário delas...,e lá no cariri fica difícil,devido à distância...

Pra minha surpresa,a cupira(partamona seridoensis)está indo muito bem por aqui...,apesar de ser nativa do semiárido nordestino,está conseguindo se adaptar por estas bandas...



Em breve trarei as moças brancas,e acho que elas se darão bem,pois são bem fortes...

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB