quinta-feira, 3 de junho de 2010

Meu nordeste querido!

Hoje,eu resolvi enveredar por caminhos que eu não domino.Mas
por ser um legítimo caririzeiro,amante da poesia simples,do homem do campo;aquela poesia que nasce na alma do homem sofrido do meu cariri paraibano.

Eu resolvi,mas uma vez,tentar passar para os meus amigos leitores,desse humilde blog,um pouco da minha vida,que vai está sempre ligada ao meu querido,sofrido e amado semiárido.

Espero que gostem e se não gostarem me desculpem...




Outra vez vou fazer uma poesia
Pra falar da minha terra,Deus me guia
Pois pretendo,encontrar sabedoria
Onde sei que só brota matutice
Pois poeta não sou,nunca serei
Mesmo assim ,me arrisco nessa lei
Onde tem bons poetas,isso eu sei
Mas me deixo levar pela tolice

No nordeste,seu doutor é bom demais
Se você quiser,saber de algo mais
Por aqui,tem plantas medicinais
Que o homem do sertão,sabe encontrar
Aprendeu,desde cedo o tratamento
Pra poder acabar o sofrimento
De seu povo,que espera um acalento
Dessa vida,que só sabe machucar

Quando a chuva cai nesse lugar
O caririzeiro,fica alegre à festejar
Pois bem sabe,que só assim ele terá
Alimento para si e para o gado
Ele planta seu roçado,com alegria
E trabalha sol a sol,durante o dia
Mas a noite olha o céu pra ver se via
Um relâmpago,pra ser recompensado

Hoje em dia,só tem terra e tem poeira
De animal,uma cabra,a derradeira
Mesmo assim,tô na luta a vida inteira
Pra um dia,mudar essa história
Tô tentando,ter algo pra mostrar
Pra meu povo,ter em quem se espelhar
E ver que,o difícil é esperar
Se quiser,corra atrás dessa vitória


Quando a seca castiga,a nossa terra
E eu vejo,só mato seco,lá na serra
E de fome,no curral a vaca berra
Fico triste,dá vontade de chorar
Na cacimba,feita no riacho
Só água salobra,é o que eu acho
E as lágrimas vão caindo,rosto abaixo
Porque sei,o que teremos que passar


É bem triste,ver os animais sofrendo
Sem poder amenizar,fico querendo
Encontrar uma solução,que eu entendo
Poderia ser bem mais fácil,por aqui
Se os homens,fossem mais organizados
E tivessem outra visão,dos dos seus estados
Não precisariam,passar por flagelados
Teria outra história,o cariri


A caatinga,é sempre generosa
Pois,nos trata feito uma mãe amorosa
Porque,o que digo em verso e prosa
Posso provar,isso tudo,com certeza
É o homem,que está só maltratando
Essa terra,que está se transformando
Num deserto,aos poucos vai virando
Esse lindo pedaço da natureza


O que digo,não é nada demais
Muitas vezes,o homem é mais voraz
Que a grande maioria dos animais
Que estão só tentando,escapar
Veja bem,pois as coisas são assim
Cada vez mais, se aproxima nosso fim
Se nada for feito,por você,por mim
Que planeta,nossos filhos vão achar?


Mas o homem,continua destruindo
Quase tudo,que encontra perseguindo
Não tem nada,que lhe mude esse destino
Pois,só pensa em destruição
Não se importa em proteger a natureza
E essa é sua maior fraqueza
E por isso,vai continuar na pobreza
Dessa imensa,ganância e ambição


As abelhas do meu belo cariri
Quase todas,já se mudaram dali
Pois o homem está sempre à destruir
As árvores que lhes dão a moradia
Imburana,imbuzeiro,catingueira,
Cumaru,baraúna,craibeira,
O pereiro,e até a quixabeira
Só algumas,resistem hoje em dia


Hoje em dia,se você não fizer a criação
Não encontra essa abelhas ,aqui mais não
Foram embora,se mudaram onde estão?
Com certeza,em algum lugar melhor
Onde o homem sabe,tratar com respeito
O que a natureza,quer que seja feito
Mesmo assim,ainda aparece um sujeito
E nos mostra,que pode ser bem pior


Nessa luta,diária e bem pesada
Vou seguindo,minha sina transformada
Em defesa dessa minha terra amada
Continuo,na luta até o fim
Muitas vezes, a luta parece perdida
Mas foi essa que escolhi,pra minha vida
E encontro forças,pra continuar na lida
Não desisto,pois Deus me fez assim


Aos amigos de luta,aquele abraço
Pois não sou poeta,não sei o que faço
Pra continuar na rima,eu me embaraço
Mas espero,que seja perdoado
Pois a minha intenção,foi muito boa
Navegando,por esses lados sem garoa
E eu me aprofundo,nessa lagoa
Pra tentar obter bom resultado


O cariri é o meu berço e é,meu lar
E é por isso que não desisto de falar
Precisamos,proteger esse lugar
Antes que seja muito tarde
Pra tentar proteger os animais
Muitas vezes,eu tive que andar mais
Do que eu podia ,mas jamais
Vou parar de tentar fazer alarde


Me desculpem,pois,como disse antes,não sou poeta,apenas um amante da poesia,e da natureza nordestina.

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João pessoa,PB.