sábado, 17 de julho de 2010

A abelha cupira.



Mais uma vez,eu vou falar de uma abelha nativa(abelha sem ferrão,ou abelha indígena) do semiárido nordestino,que eu tenho um amor especial,trata-se da abelha cupira(partamona seridoensis).

Durante o mês de junho,eu fiz uma transferência de uma cupira do cupinzeiro,para uma caixa racional.
                                             Em destaque uma realeira da abelha cupira.


O cupinzeiro onde estava essa colônia,estava em um tronco de pereiro,quase encostado ao chão.

Como já é de costume,para fazer essa transferência,eu contei com a ajuda de um dos meus irmãos,que está ficando fera nessas transferências.

Logo cedo,nós começamos os trabalhos,e para facilitar,levamos o cupinzeiro para uma distância de uns dez metros(pois esse era um local mais limpo,sem muito mato)o que facilitaria o nosso trabalho,inclusive na coleta de abelhas ,com o sugador.

Após abrirmos o cupinzeiro,eu retirei as crias com cuidado,e coloquei na caixa,deixando a tampa entre-aberta,para facilitar que algumas abelhas, já fossem entrando na nova morada... À essa altura,as abelhas já estavam nos mordendo pra valer,mais já estamos acostumados e não perdemos tempo...eu consegui retirar uma parte dos potes de alimento,sem danificá-los e também coloquei na caixa,os outros potes que se romperam,foram pra casa.

Tivemos muito trabalho para encontrar a rainha,pois com a abertura do cupinzeiro,ela se escondeu e quase ficou sem ir pra nova caixa,pois pensamos que ela estivesse dentro do envólucro,junto com as crias,e se não tivéssemos procurado minunciosamente,teríamos a deixado nos pedaços do cupinzeiro...,também tivemos um trabalhão,para sugar as abelhas novas(que são bem clarinhas),e são muitas,...quase ficamos sem fôlego,de tanto sugar abelhas...mas valeu todo o esforço,pois essa é uma bela colônia.




Terminada a transferência,colocamos a caixa no local onde estava o cupinzeiro,que a essa altura já estava tomado pelas abelhas adultas,que estavam trabalhando...,e também as que voaram no momento da abertura do cupinzeiro.

Durante o dia ,eu fiquei observando o movimento das abelhas ,que rapidamente,trataram de vedar todas as frestas da caixa,(pois mesmo usando fita,entra claridade,e elas não gostam)e,também retiravam a cera que eu coloquei na entrada,para sinalizar a nova moradia.

Quase que eu perdi essa colônia,pois,por está quase no chão,as pequenas formigas pretas(que são altamente mordedeiras)estavam entrando na caixa,por por pequenas imperfeições que existiam em seu fundo.

Ainda bem que eu vi,durante o dia,pois se eu tivesse deixado a caixa passar a noite lá,possivelmente teria perdido,todas as abelhas.


Eu peguei a caixa e trouxe para casa,e fiquei durante um bom tempo matando as formigas,passando a mão na caixa e esmagando-as...até não ver mais nenhuma formiga,só então abri a caixa para ver como as coisas estavam por lá,e por incrível que pareça...as abelhas estavam bem,apesar de estarem agitadas...resolvi não mexer mais,e coloquei a caixa pendurada na parede da casa,protegida pelas telhas...,no outro dia bem cedo,eu já pude ver um bom movimento de abelhas voando ao redor da caixa.

Ao voltar ao local onde estava o cupinzeiro,eu vi uma boa quantidade de campeiras lá,pousadas no galho de pereiro e algumas voando...,aproveitei e peguei uma colônia que estava um pouco fraca, e levei ao local para pegar essa campeiras...,(e isso aconteceu sem problemas)ao colocar essa caixa na mesma posição,em que estava o cupinzeiro,as abelhas foram entrando aos poucos, até não restar mais nenhuma abelha no galho do pereiro,nem voando ao redor.Nesse momento,eu levei a caixa de volta ao seu lugar de origem.

Passei o dia, observando o trabalho das abelhas que estavam em casa,e percebi que elas estavam bem,...uma coisa que me chamou atenção ,foi ver que ela estavam roendo a fita que eu tinha colocado,para ajudar na vedação da caixa...elas roeram uma boa parte dela.

Outra coisa bem interessante,foi ver que elas estavam saindo por dois locais,isto é,ela conseguiram abrir outra entrada(aproveitando uma fenda que a tábua tinha,e foi fechada com cera e fita)...e durante os dias que eu estava por lá,elas continuavam utilizando as duas entradas,...claro que a entrada principal,tinha mais movimento,mas elas continuavam entrando e saindo também,pela entrada pequena,aberta por elas.



Essa caixa está em Campina Grande,mas em breve estará aqui em João Pessoa,pois pretendo ir buscá-la logo.

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.