sábado, 26 de fevereiro de 2011

A caatinga está pedindo socorro!


“Era meio dia e o sol,parecia estar mais quente que nunca,como eu estava bastante cansado,(pois já havia andado por horas,à procura das abelhas nativas.)olhei aquela imburana frondosa e com uma sombra,que parecia me convidar pra um minuto de descanso.

Fui pra sombra daquela bela e centenária árvore,me sentei,tirei o chapéu de palha,abri a camisa,comi um pedaço de rapadura,peguei a garrafa d’água e bebi uns goles e me deitei,pois tinha que descansar antes de voltar pra casa.



Forrei o chão com a camisa,usei o “bisaco” para apoiar a cabeça e fiquei ali,eu e os meus pensamentos,sonhos,desejos...Fiquei olhando para os galhos daquela árvore e imaginando,quantos anos ela deveria ter?Cem anos?Talvez mais,pois ela conseguiu ficar de pé,porque está bem no meio da caatinga, onde é muito difícil o acesso e os meleiros e madeireiros ainda não chegaram.

Eu estava quase “cochilando”,quando ouvi um barulho,vindo do tronco da imburana...,pensei...Deve ser algum animal querendo subir...Me levantei e fui olhar mais de perto,não vi nada.Mas escutei uma voz,bem mansa,que me deixou arrepiado e nem consegui falar nada ,apenas ouvia...”Amigo,faça alguma coisa pra nos ajudar,pois não vamos resistir por muito tempo...,estamos sendo destruídos a cada dia,a cada hora,...e toda a raça humana vai pagar por esses atos tão covardes, cometidos contra a natureza...,nossos rios estão poluídos,as matas estão sendo derrubadas e queimadas,os animais caçados e mortos,afinal o que vai sobrar dessa terra?Será que a raça humana vai destruir seu próprio lar?Já mataram quase todos os índios,que eram os donos dessa terra...E tudo isso por ganância...Será que não vai aparecer alguém para dar um basta nessa destruição?Faça algo,enquanto ainda resta alguma coisa pra ser salva...”
Fiquei ouvindo aquilo tudo,sem conseguir me mexer,falar...Apenas ouvia.

De repente vi ao lado da imburana,um pequeno menino,com uma roupas de couro,com um cachimbo na mão...Ele me olhou nos olhos,e disse eu sou o defensor das matas e florestas,muitos me chamam de “curupira”,"caipora",”fulôzinha”e mais alguns nomes...,sou filho das matas e também estou morrendo,pois essa caatinga representa a minha vida,as minhas forças a minha alegria...Agora já não consigo mais lutar para preservar meu lar,pois já estou bem fraco e triste...,Me ajude.

Após dizer essas palavras,o menininho se virou para a mata,deu um assovio bem forte e saiu andando devagar...,Enquanto ele se distanciava de mim, pude ouvir os sons dos animais,agitados,percebi que o vento soprava forte nos galhos das árvores,...Não me contive e comecei a chorar.Afinal,não pude fazer nada para salvar o meu lar,a minha querida e tão amada caatinga...”




Terminei de escrever esse texto,chorando...Não porque ele é uma obra prima, mas porque é a triste realidade,que vivemos atualmente.

Abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.

4 comentários:

Francisco Mello disse...

Pois é amigo, isso é uma realidade triste. O padre Huberto conheceu de perto essa realidade e descreveu em seu livro a destruição. Destruição essa que já vem sendo apontada há muito tempo, pois há pelo menos três décadas já se falava em desertificação na caatinga. Um abraço. Gostei do texto.

Paulo Romero de Farias Neves disse...

Amigo Frank,
obrigado pela visita e pelo comentário,...infelizmente essa triste realidade,parece não mudar...

Abraço.
Paulo Romero.

Anônimo disse...

Paulo Romero
Que lindo o seu texto!!!!Incrivel o seu trabalho!!!Vim aqui hj,acabo de chegar do meu sitio e vim te visitar e aproveitar para te agradecer as suas palavras gentis......qd quiser,so voltar!!!!Sera sempre bem vindo !!!!!bjcas e nao fique triste,vamos ter Fe que isso tudo vai passar e vamos ter um mundo melhor!!!!

Paulo Romero de Farias Neves disse...

Muito obrigado pela visita e pelo comentário,

Abraços.
Paulo Romero.