domingo, 6 de fevereiro de 2011

Manduri/Rajada(melípona asilvai).



Recentemente,eu adquiri(ganhei)mais uma espécie de abelha nativa,para meu meliponário,a abelha manduri ou rajada(melípona asilvae.




Essa é mais uma espécie nativa da caatinga nordestina,assim como a jandaíra (melípona subnitida),e a cupira(partamona seridoensis).

Por ser uma abelha de pequeno porte e não ser tão produtora de mel,ela quase não é criada racionalmente,o que tem sido muito maléfico para a espécie,pois ela tem sofrido muito com a ação dos “meleiros”,em algumas localidades,onde essa espécie existia em grande quantidade à poucos anos atrás,hoje ela quase não é mais vista.

A manduri é considerada a menor melípona,mas mesmo sendo pequena ela é bastante forte e rústica,como a nossa caatinga.

Portanto a criação racional é uma das saídas,para evitar que essa bela abelha,seja extinta,é claro que também a destruição da caatinga tem influenciado nesse processo de diminuição da espécie na natureza.




Essa abelha é bem tímida,e às vezes passa despercebida por aqueles menos experientes,se você fizer algum barulho próximo a entrada da colônia,elas se recolhem e ficam quietas.Talvez essa seja uma forma de se defender do seu pior inimigo natural(o homem),que não vendo nenhum movimento acha que ali não tem abelha.

Muitas vezes,"elas" constroem seus ninhos nos troncos das árvores da caatinga,e se espalham em direção as raizes;talvez por falta de moradias,já que a nossa caatinga está a cada dia menor,com menos árvores.

Como a maioria das melíponas,a entrada da colônia é feita de barro;com estrias e com espaço para passar apenas uma abelha por vez,as colônias possuem um pouco menos de mil indivíduos,que se revezam na divisão das tarefas.



Essa abelha,também deposita uma camada de batume na parte superior da caixa,possivelmente para diminuir o espaço interno e para controlar a temperatura.Se esse batume começar a atrapalhar os trabalhos com a colônia,ele deve ser retirado.

A caixa racional,que eu achei mais adequada para essa abelha é a caixa idealizada pelo pesquisador Fernando Oliveira/INPA;com dimensões reduzidas: ninho 14x14x6cm,sobre-ninho 14x14x6cm e melgeira 14x14x05cm,em épocas de boa produção,pode-se adicionar mais uma melgeira;mas também pode-se usar uma caixa modelo nordestina(horizontal).

A primeira vista,essa caixa parece ser pequena para essa espécie,mas é adequada,pois se você fizer uma caixa maior,as abelhas irão depositar uma grossa camada de batume,o que vai exigir muito trabalho das abelhas e vai dificultar o trabalho do meliponicultor,na hora das revisões,colheita e divisões.

Apesar de ser pequena, essa abelha é bem produtora;com uma boa florada,o meliponicultor colherá em média um litro de mel,por ano,podendo passar um pouco,dependendo das condições locais.

Eu estou muito entusiasmado com essa nova aquisição,pois além de aumentar as espécies criadas em meu meliponário,eu pretendo divulgar a criação racional dessa espécie,visando salvá-la da extinção,principalmente no cariri paraibano(área de caatinga).

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

8 comentários:

Abelhas do Sabugi - PB disse...

È isso ai meu amigo!
Eu também adquiri alguns enxames desta espécie com intuito de preservá-la.
Assim como o amigo relatou em sua postagem, em minha região a uns vinte a 30 anos a trás existia, como diz o povo, como peste esta espécie de abelha. Em todo tronco de Pereiro havia uma.
Hoje !?
Não resta mas nada, em extensões imensas de terra, onde no passado havia em abundancia.
Para esta espécie, eu também reduzi as medidas e acrescentei uma proteção que evita que coloquem argila alem da conta.rs
Pelo que tive observando, qualquer frestinha por minúscula que seja, elas vedam com uma enorme porção de argila.
...em breve estarei postando sobre elas no meu blog.
Saúde e paz para você meu amigo!
Att: Isaac Soares de Medeiros
http://abelhasdosabugi.blogspot.com/

Paulo Romero de Farias Neves disse...

Amigo Isaac,

realmente,temos que tentar proteger e divulgar essa abelha.
Eu estou cuidando para que em pouco tempo possa fazer uma divisão dessa colõnia,e aos poucos ir aumentando a quantidade...

Abraço.
Paulo Romero.

Anônimo disse...

Olá Paulo Romero,
vejo como é importante darmos atenção aquelas abelhas que são pouco criadas racinalmente e desconhecidas e lutarmos pela preservação destas espécieis. Parabéns pela iniciativa.

Um grande abraço.

Christiano Figueira
Meliponário vale da pedra branca
Rio de Janeiro

Paulo Romero de Farias Neves disse...

Amigo Christiano,

obrigado pela visita e pelo comentário,esse é um dos meus objetivos,tentar salvar as espécies de asf,que são nativas de minha região...

Abraço.
Paulo Romero.

Andrey Cardoso disse...

Aqui na minha região, perguntando daqui e dali, tive notícia de uma abelha tb chamada de manduri. Não sei dizer se seria da mesma espécie, mas infelizmente quase não é mais encontrada na natureza por aqui. Em breve quero poder contribuir com a preservação dessa espécie.

Saudações Melipônicas.

Paulo Romero de Farias Neves disse...

Amigo Andrey,
possivelmente essa espécie que existe aí,é outra melípona,talvez a uruçu amarela melípona mondury.

Abraço.
Paulo Romero.

Anônimo disse...

Olá amigo. Olha, essa espécie, mesmo não sendo produtiva em termos de mel, pode ser utilizada para polinização, mesmo sem ser prolífera como outras espécies. O interessante é que o barro na entrada da colônia tbm serve como que uma camuflagem, pois acaba se assemelhando ao relevo do tronco da árvore. Um abraço. Fco. Mello

Paulo Romero de Farias Neves disse...

Amigo Francisco,
eu gosto muito dessa abelha e sei que tenho que tentar salvaá-la da extinção,pelo menos aqui em minha região...
Abraço.
Paulo Romero.