terça-feira, 24 de abril de 2012

Meu sertão.




Apesar de ser um blog,que o principal assinto é as nossas abelhas nativas;eu também escrevo algumas "coisas" sobre o meu torrão natal.

Meu sertão!

Se você,não presenciou
O começo do “inverno”,
Não viu vaqueiro de “terno”
Em um “jegue”,não montou
Um imbu,nunca chupou
Nem nunca,tomou coalhada
Não trabalhou,na enxada
Nunca viu,”barreiro”cheio
Não sabe o que é “arreio”,
Do sertão não sabe nada.


Se não conhece,jirau
Não viu,”latada” e “chiqueiro”
Não correu,no “tabuleiro”
Atrás de um animal,
Não tomou leite,em curral
Nem bebeu água de”poço”,
Não fez,”animais de osso”
Pra brincar,quando criança,
Não trás isso,na lembrança,      
Do sertão,não és”,seu moço”.


Quem nunca,dormiu em rede,
Na varanda,ao “meio dia”
Onde,a “caipora”,assovia
No “oitão”,atrás da parede
Nem nunca matou a sede,
Com“buga”de imbuzeiro,
Não acendeu”candeeiro”,
Nem puxou o seu “pavio”
Não tomou banho de rio,
No sertão,és forasteiro.
                                                                              

Se você nunca ouviu,
O “aboio” do vaqueiro,
Nem um galo,no “poleiro”
Cantar,espantando o frio,
Trovão,no mês de abril,
Animando o sertanejo,
Um “xinxo”,de fazer queijo,
Onde se molda,a coalhada
Pra que fique,bem prensada
É no sertão,onde eu vejo.


Quem nunca viu,de pertinho
A macambira,queimando
E o “gado”,se aproximando
Todos,no mesmo caminho
O “berro” de um “bezerrinho”
Que se desgarrou,do “gado”
E o vaqueiro,com cuidado
Leva-o,para o rebanho
Monta no burro,"castanho"
No sertão,que eu fui criado.


Um velho carro-de-boi,
Embaixo da aroeira,
Lembrança,da vida inteira,
De um tempo,que já se foi,
Sempre,conduzido à dois,
Obedecendo,ao “carreiro”,
Seu destino derradeiro,
É abandono e tristeza,
Onde "ontem",foi beleza
Na casa do fazendeiro.




Abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.