domingo, 30 de setembro de 2018

Por que Meliponário Braz?





Amigos.

Como eu já mencionei aqui, várias vezes, eu sou natural do semiárido paraibano (região que apresenta os menores índices pluviométricos do país).

Essa região tem uma biodiversidade espetacular; apesar das condições climáticas,a natureza é rica.
 E esses seres, conseguiram se adaptar às condições do clima semiárido.



Com a maior estiagem de nossa história, que aconteceu até o ano passado, muitas espécies animais e vegetais, não conseguiram resistir, apesar de seu processo evolutivo, e pereceram... Marmeleiros, Juremas, Angicos, Craibeiras, Imbuzeiros... E entre os animais, as nossas abelhas nativas, também sofreram com a falta das florações, e muitas espécies diminuíram drasticamente a quantidade de colônias em ambiente natural.




E foi nessa região, onde mantive os meus primeiros contatos com as abelhas nativas (Mirins, Lambe olhos, Cupiras, Moça branca, Manduri/rajada, Jandaira, Canudo, Tubiba) Isso, quando ainda tinha meus 14 anos de idade... Já se passaram mais de 30 anos. No começo, nem imaginava que iria me apaixonar por esses seres maravilhosos; mas apenas gostava do mel e de observar a movimentação das abelhas “trabalhando”.


Colônia de abelha Moça Branca.


Abelha cupira,na flor de malva.

 Enxame de abelha Jandaira.

Quando resolvi, estudar e pesquisar as abelhas nativas, colocando-as em Meliponário ; de imediato já escolhi o nome: Meliponário Braz, em homenagem ao meu avô paterno Manoel Braz e ao meu pai, João Braz, que nasceram e passaram toda a sua vida nessa região; sempre com muito respeito à natureza e amor à essa região do país!




Abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.










sábado, 16 de junho de 2018

Alimentação Externa de Abelhas Nativas



Amigos; resolvi fazer essa postagem sobre a alimentação externa das nossas abelhas nativas; pois sempre recebo mensagens de amigos, querendo saber qual a melhor maneira de alimentar as suas abelhas nativas.


Como sempre escrevo aqui; cada Meliponicultor deve escolher a melhor maneira de realizar o manejo de suas colônias. Seja nos modelos de caixas racionais;  no tipo de alimentação complementar ; na maneira de multiplicar suas colônias e na maneira de realizar a importante tarefa de alimentar as suas abelhas nativas de maneira suplementar.


Existem alguns modelos de alimentadores para a alimentação suplementar líquida (Xarope), sejam internos ou externos e cada Meliponicultor saberá qual o melhor alimentador, para a sua realidade.


Eu, apesar de, em algumas colônias utilizar alimentadores internos; dou preferência ao alimentador externo; pois ele contribui para uma grande movimentação de “entra-e sai”, das abelhas, aumentando de maneira significativa à postura da rainha.



Como não sai da caixa, a rainha ao perceber a grande movimentação de abelhas entrando com alimento; repassando para as abelhas internas; essas depositando nos potes; outras abelhas construindo potes, desidratando o “néctar”...; ela terá a impressão que está acontecendo uma grande florada, e aumentará o ritmo da postura.
Para que esse método tenha os efeitos esperados, essa alimentação deve ser regular, ou seja, umas três vezes na semana e de preferência nos mesmos horários.


Uma coisa importante é não servir alimento em grandes quantidades; pois as abelhas ao recolherem o “xarope”, acrescentam a este, enzimas; e essas enzimas podem “faltar”, se forem muito "solicitadas"...necessitando de um tempo para voltarem aos níveis de produção normais.


O mais importante não é a quantidade de alimento fornecido; mas sim, a qualidade e a regularidade que é oferecida essa  alimentação.

Abraço
Paulo Romero
Meliponário Braz







sexta-feira, 16 de março de 2018

Perguntas e Respostas sobre Abelhas Nativas.




Amigos, 

Como  vocês sabem existem muitas pessoas que nunca ouviram falar sobre a existência das nossas abelhas nativas; e também existem aquelas pessoas,que estão conhecendo essas abelhas agora! Entre essas pessoas que estão iniciando na atividade de Meliponicultura; existem muitas dúvidas, que para os mais experientes podem parecer coisas bobas; mas são importantes para o aprendizado dos novos Meliponicultores.

Eu, assim como muitos amigos meliponicultores; recebo alguns E-mails, de pessoas querendo tirar algumas dúvidas sobre essa atividade... Por isso, achei importante colocar aqui, algumas dessas perguntas e as respostas que eu achei corretas.
Tudo em uma linguagem o mais simples possível, para que não restem dúvidas.

Pergunta:

REVOADA E ENXAMEAÇÃO, SÃO A MESMA COISA?

Não. Revoada é um fenômeno que acontece com algumas espécies de abelhas nativas (Urucu nordestina; Moça branca; Cupiras, dentre outras...) ,onde abelhas de uma,ou de várias caixas saem,e ficam realizando “uma dança”,um “balé”,próximo as caixas...As abelhas parecem estar hipnotizadas  e ficam por um bom tempo,nessa revoada...Após algum tempo,elas começam a voltar para as suas caixas...

Enxameação ,é o processo de “divisão natural”das colônias;onde algumas abelhas começam a procurar um local onde possam formar uma nova família,e ao encontrarem,começam o processo de “organização”da nova morada...Após o local escolhido estar pronto,uma certa quantidade de  abelhas ,juntamente com uma princesa,irão definitivamente para a nova moradia.Nesse processo,a “colônia mãe”fornecerá os matérias necessários à nova colônia...Esse processo acontece na natureza e nos Meliponários,onde as caixas vazias podem ser escolhidas por uma colônia para realizar esse processo.


TÊM ALGUMAS PRINCESAS NA CAIXA DE JANDAIRAS, ISSO É UM SINAL QUE A COLÔNIA IRÁ ENXAMEAR?

Não. Normalmente, nas abelhas Melíponas, existem algumas princesas pela caixa... Pois, em média de 10 a 20 % das crias, são de princesas. Dessas princesas; algumas são mortas e outras expulsas da caixa... Em algumas épocas do ano, é comum encontrar várias princesas pelo Meliponário.
 As colônias devem ser inspecionadas sempre, para saber exatamente o que está acontecendo com as abelhas; se estão bem; ou precisam de alguma intervenção do Meliponicultor; por exemplo: uma multiplicação.

QUANTAS VEZES AO ANO POSSO MULTIPLICAR UMA COLÔNIA?

Depende de alguns fatores. Por exemplo: a espécie; a região onde está a colônia; o clima da região; as florações; o estado geral da colônia e a experiência do Meliponicultor... Uma colônia matriz de jandairas, por exemplo: pode ser multiplicada quatro vezes ao ano. Claro que o manejo racional e a experiência do Meliponicultor podem interferir nesse número; para mais ou para menos.

O QUE É MELHOR; UMA COLÔNIA FORTE, OU DUAS FRACAS?

Com certeza, uma colônia forte.
Afinal, com uma colônia forte, você poderá se organizar para realizar uma multiplicação de maneira racional e planejada; diminuindo os riscos do processo.
E duas colônias fracas, você poderá ter problemas e perder uma delas, ou as duas.

QUAL É A MELHOR CAIXA RACIONAL; A NORDESTINA OU A INPA?

As duas.
Cada Meliponicultor deve optar por aquele modelo de caixa racional, que melhor se adaptar à sua realidade.

O manejo com as abelhas nativas é uma atividade muito prazerosa e, por isso a escolha do modelo de caixa a ser utilizada na sua criação, deve ser de acordo com suas preferências pessoais; desde que garantindo um conforto e segurança adequados a cada espécie de abelha.

É NECESSÁRIO ALIMENTAR AS ABELHAS NATIVAS?

Depende. Se seu Meliponário estiver localizado em uma área onde as matas estejam preservadas e as abelhas consigam manter um bom estoque de alimento (Mel e Pólen), elas poderão ficar sem a alimentação complementar.

Claro que depende de alguns fatores: É realizada a colheita do mel?Se for, e não houver floradas no local, as abelhas necessitarão de alimentação suplementar. Ou se o Meliponário estiver localizado em região de ocorrência de grandes estiagens (Semiárido), ou onde ocorram baixas temperaturas (Sul do Brasil), elas precisarão de alimento artificial, fornecido pelo Meliponicultor, para manter um bom nível de atividade da colônia. Portanto, o importante é observar e revisar as colônias, para poder intervir sempre que necessário.

Aqui, postei apenas algumas das muitas perguntas que recebo, assim como os demais Meliponicultores por esse Brasil.


Abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa, PB.