quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Transferindo uma jandaíra,sem planejamento.


Amigos.

Eu estive no cariri paraibano,no começo do mês(Janeiro)e,como é de costume sempre faço caminhadas pelo meio da caatinga.
Essas caminhadas servem, para tirar o estresse do dia-dia.

Em uma dessas caminhadas,eu aproveitei para rever uma colónia natural de jandaira,que ficava em uma imburana,distante de casa.

Quando eu avistei a umburana,já percebi que tinha algo errado,pois,vi muitos galhos cortados e deixados no chão.
Ao chegar embaixo da árvore,fiquei muito triste,ao ver que a colónia de jandaira tinha sido "tirada",isto é,algum caçador de mel,cortou quase toda umburana e acabou com aquela colónia natural.

Eu tinha achado essa jandaira,fazia uns dois anos,e quis deixá-la onde estava para preservá-la,em seu estado natural.

Ao ver o estrago que tinha sido feito,à + ou -um mês,eu procurei algum vestígio das abelhas,e,em um galho fino,vi uma abelha voando.

Observei e encontrei uma entrada,onde poquíssimas abelhas entravam e saíam.

Pensei,que pelo diâmetro daquele galho e pelo número reduzido de abelhas,essa colónia não iria longe.

Resolvi,então transferí-la para uma caixa racional e tentar salvá-la.
Aqui estão algumas fotos da transferência,observem o diâmetro do galho,que quase não tinha oco,pois,era a parte superior ao ninho natural,(que foi cortado).





Como vocês podem ver nessa foto,o número de crias é muito pequeno.



Logo após tirar os poucos discos de cria,eu encontrei,talvez o motivo dessa redução nas crias;vi a rainha,que aparentemente é muito velha,e isso,compromete o seu ritmo de postura.

A foto não ficou muito boa,mas dá para perceber a rainha em cima dessa casca de árvore.



Depois que terminei a transferência, do pouco material existente na colónia,eu deixei a caixa racional no mesmo lugar onde estava o galho,com a boca de entrada na mesma direção em que estava à da colónia natural,para receber o pequeno número de campeiras,que estavam trabalhando.

No dia seguinte,bem cedo ,fui até o local onde estava a caixa ,vi que as abelhas ainda não tinham começado o trabalho,pois,ainda era quase escuro.
Fechei a boca de entrada da caixa ,com um papelzinho,e levei para casa .
Eu tinha que tentar salvar aquela colónia,levei a caixa para o local onde estava outra caixa,com uma colónia forte,dei algumas batidinhas na caixa,para fazer as abelhas saírem,e coloquei a "caixa fraca",no local da "caixa forte".

As abelhas me deram algumas mordidas,mas ,depois ficaram voando ao redor da nova caixa,que estava no mesmo lugar,com cera ao redor da boca de entrada.
Eu fiquei observando que aos poucos, as abelhas começaram a entrar na nova caixa,e eu levei a "caixa forte",para outro local um pouco distante.

Como o número de abelhas que saiu da caixa era grande,com certeza,ela terá uma nova chance de ser renovada.



Na foto acima, podemos ver as abelhas que vieram reforçar essa caixa,colhendo cera da entrada,um sinal que está dando tudo certo.

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

6 comentários:

Anônimo disse...

Pois é amigo, eu nunca tive o privilégio - ainda - de ver uma colônia de jandaíras "in natura", e creio que a razão disso esteja nesse extrativismo feito por "meleiros" que consomem tudo no local, e detonam as colônias; como também o desmatamento desenfreado da caatinga, onde a vegetação é transformada em lenha para os fornos de muitas empresas que se utilizam dessa fonte natural. É por isso que a não-extinção das abelhas sem-ferrão está nas mãos dos criadores, ou meliponicultores. Abs. Fco. Mello

Paulo Romero de Farias Neves disse...

Amigo Francisco,

como já foi dito,eu moro em João Pessoa,mas o meu meliponário fica localizado no cariri Paraibano.
Lá,ainda temos o privilégio de encontrar colónias de jandaira e outras espécies nativas,ainda na natureza.
É claro que elas estão ficando cada vez mais raras,pois,algumas pessoas,não estão preocupadas com a sua conservação...
Eu estou indo passar uma semana,lá no cariri,e pretendo fotografar alguma colónia natural.

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

Meliponário do Sertão disse...

Prezado Paulo,
Estive observando as fotos, o ninho desse tronco era bastante volumoso, deveria ter cerca de 4 discos bem compridos.

Essa rainha pela coloração deve ter mais de dois anos, mas me parece que ainda vem realizando uma ótima postura.

A colônia estava fraca por que como foi aberta por meleiros muitas campeiras devem ter sido devoradas por largatixas, o que deixou só mesmo as pequenas que não sabiam voar, o ninho mais para dentro da imburana e a rainha.

Parabéns pelo trabalho.

att,

Kalhil Pereira França

Paulo Romero de Farias Neves disse...

Amigo kalhil,

eu reforçei essa caixa,usando campeiras de uma colónia forte,e está indo tudo bem com ela...

Obrigado pelas dicas e observações.

Abraços.
Paulo Romero.

Ester disse...

Que emocionante essa vitória Paulo,meu pai fazia esse trabalho lindo,levava as caixas para fazenda ou lugares onde elas poderiam sobreviver.
Eu alimentava abelhas de minha janela(3°andar), mas os vizinhos tinham grande temor,embora vissem minhas mãos cheias de abelhas não confiavam nelas,sinto saudades mas não coloco mais mel em minha janela fazem 5 anos,tenho muita saudades.

Paulo Romero de Farias Neves disse...

Amiga Ester,
muito obrigado pelas palavras...
Eu sou,realmente um apaixonado pelas abelhas nativas e fico cada vez mais convencido,que devo seguir em frente,com essa minha atividade.

Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.