Abelha Cupira(Partamona seridoensis),no cupinzeiro.
Espaço criado para trocar experiências sobre a criação racional de abelhas nativas. Também falo das coisas do meu "cariri paraibano",como a preservação da caatinga e as belezas de minha terra. Participe,siga o blog e comente,pois com certeza você será muito bem vindo! Obrigado pela visita! Paulo Romero.
domingo, 30 de dezembro de 2012
Abelhas Nativas do semiárido nordestino.
Abelha Cupira(Partamona seridoensis),no cupinzeiro.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Infância no semiárido paraibano.
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Amigos,eu passei una dias no "meu cariri paraibano",e lá relembrei da minha infância naquele torrão amado;eu fiz uma viagem de volta ao passado.
Quando eu era criança e ainda morava no sítio,e nosso aparelho “eletrônico” mais moderno era o velho rádio de pilhas;pois em nosso sítio e nos sítios vizinhos não havia energia elétrica,e para iluminar nossa residência,usávamos a velha lamparina a querosene.
Todos os dias às 18: horas,minha mãe ligava o rádio,para ouvirmos “à hora do anjo”(isso era sagrado);ficávamos todos ao redor do rádio,ouvindo e rezando.
Após o término,do programa todos se reuniam ao redor da mesa,para o jantar (não tinha essa história de ir comer no quarto,no sofá,...todos tinham que estar sentados ao redor da mesa).
Geralmente,os trabalhadores,que ajudavam meu pai na lida diária,dormiam em nossa casa,pois moravam distante e ficava difícil ir todas as noites para suas residências.
Sempre após o jantar,nós ficávamos ouvindo as “histórias de trancoso”(ou histórias da carochinha),que alguns amigos de meu pai contavam...;era muito bom ouvir aquelas histórias,e ficar imaginando se seria possível acontecer aquelas coisas,ou se eram apenas lendas.
Em nossa inocência de criança de interior,aqueles momentos eram únicos e esperados com grande euforia.
Aquelas coisas simples,representavam muito para nós,pois nos faziam sonhar com dias melhores;sem saber que aqueles eram os melhores dias de nossas vidas.
Foi nessa época que me apaixonei pelas abelhas nativas,e essa minha paixão só aumentou com o passar dos anos,pois além da paixão,posso lutar para preservá-las e proteger seu habitat...
O tempo passou,e o velho rádio de pilhas já não existe,as conversas ao redor da mesa,estão cada vez mais difíceis,meu pai já partiu para o andar de cima,e essas lembranças me fazem chorar,talvez porque eu seja um bobo;talvez porque eu não queira abandonar meu lado criança,e prefira viver como se ainda fosse aquele menino sem preocupações;vivendo livre e feliz por entre as matas,em conato com animais e plantas e tendo um contato mais forte com o criador de tudo isso.
Hoje em dia,aquele menino do interior,não fica um só dia sem usar a internet,seja para se informar,para estudar e realizar pesquisas,seja para conversar com amigos e parentes,seja para escrever coisas simples em seu blog.
Mas mesmo assim,eu não troco uma caminhada em meio a caatinga,um amanhecer no cariri,uma conversa no alpendre da casa,um banho de barragem,por toda a tecnologia do mundo,pois lá no meu cariri,me sinto aquela criança inocente,sonhadora e querendo ficar sempre perto do meu torrão natal...,como me disse o meu amigo Isaac,do blog Abelhas do Sabugi,"lá me sinto mais perto de DEUS."
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Nova revisão em caixa de abelhas cupira.
Durante as minhas postagens,tenho feito alguns acompanhamentos de colônias de abelhas Cupira(partamona seridoensis).
Esses dias fiz mais uma revisão,e pude ver que as abelhas estavam tapando a parte superior da caixa racional com uma camada de batume,provavelmente porque havia alguma entrada de luz,mas também pode ser pra manter temperatura ou diminuir o espaço interno.
Elas foram tapando,e cubríram completamente,a parte superior da caixa.
Após perceber que elas já haviam tapado tudo,eu retirei o batume(apesar de todo o trabalho que essas pequenas tiveram),pois precisava ver como estava essa colônia,e o excesso de batume não permitia nenhuma visão do interior da caixa.
Essa Cupira eu mantenho aqui em João Pessoa,pra poder acompanhar seu desenvolvimento,e aprender mais a respeito dessa espécie,tão pouco estudada.
Na minha opinião essa caixa está bem,e surpreendentemente,está se adaptando ao litoral,mesmo sendo nativa do semiárido nordestino.
Caixa após a retirada do batume.
Eu não vi realeira durante a revisão(pois não quis retirar os discos,para procurá-las),mas coloquei uma caixa racional(com cera em seu interior) próxima a essa caixa matriz,pra servir de nova morada,caso elas resolvam fazer alguma divisão natural.Já vi algumas abelhas,colhendo cera da entrada da nova caixa,quem sabe em breve elas não formarão mais uma colônia.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
O resgate de uma cupira.
Essa cupira estava situada em uma cerca,e teve parte do cupinzeiro derrubado...
Quem viu esse fato e me disse foi meu irmão,que também disse que , talvez elas abandonassem o local,pois os discos de crias ficaram aparentes,pois o cupinzeiro teve um lado derrabado...
Logo que eu soube dessa notícia,me dirigi ao local,para avaliar o estado dessa colônia...Pra minha grata surpresa,os cupins já haviam reparado os danos e as abelhas estavam trabalhando...
Mesmo com a reparação dos danos,o cupinzeiro ainda estava bem danificado e eu não quiz esperar para saber se o cupinzeiro seria quebrado novamente,pois isso poderia ser o fim daquela colônia...
De manhã,peguei uma caixa(que por sinal era um pouco improvisada)e fui resgatar aquela abelha...
Quando eu começei a retirar alguns pedaços do cupinzeiro,as abelhas já foram em cima de mim(muitas)e deram muitas mordidas,deu até vontade de correr,rsrs.
Mas isso é normal,pra quem cria cupira...,(eu tenho um chapéu com um véu,pra me proteger das mordidas,mas esqueci,e não quiz voltar pra pegar em casa)...
Aos poucos,fui vendo que aquela colônia era forte,apesar de ter perdido algum espaço do cupinzeiro...,com cuidado,tive acesso aos discos de cria e aos potes de alimento,fui retirando com cuidado,e colocando na caixa...
Depois que terminei a transferência,deixei a caixa no local do cupinzeiro,para pegar as campeiras que estavam “trabalhando”...
Nesse mesmo dia,à tarde eu tive que ir buscar a caixa,pois o tempo havia virado,e vinha muita chuva...
A chuva é sempre bem vinda em minha região,mas não dava para deixar aquela caixa se molhar,pois poderia entrar água e botar tudo a perder...
Levei a caixa para casa,com a entrada fechada..,e de manhã,providenciei um local para acomodá-la...
Durante alguns dias,forneci cera e acompanhei o trabalho das abelhas,que por sinal se organizaram bem depressa,pois elas são bem rústicas e trabalhadoras...
Essa resgate me deixou muito feliz,pois como eu já disse em outras postagens,sou apaixonado por essa pequena abelha,e farei de tudo para que ela consiga se livrar da extinção...
Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Revisão em caixa de cupira(Partamona seridoensis).
Após fazer algumas transferências de abelha cupira(Partamona seridoensis),apresento,agora as fotos de uma uma semana após transferí-las.
Deu para perceber que as abelhas já tinham trabalhado bastante,fixando os potes de alimento,construindo as "pilastras",prendendo a tampa da caixa com cera.
As abelhas estão trabalhando na construção de mais potes de alimento,pois,esses foram deixados nesse local para induzí-las a continuar trabalhando aí.
Veja que os discos de cria,estão bem organizados,com um bom desenvolvimento e sem apresentar qualquer problema aparente.Um ótimo sinal que está indo tudo bem.
Em breve estarei adicionando as fotos de outra transferência,que realizei com uma colónia de cupira.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
As abelhas e as plantas da caatinga.
(Foto tirada por Paulo Romero,em outubro de 2009,em São João do cariri,PB.)
Em destaque uma umburana.
As plantas da caatinga,teem uma importância muito grande para a sobrevivência das espécies animais.Isso é fato,como eu já falei antes,as abelhas dependem das plantas para sua sobrevivência e principalmente, as plantas precisam das abelhas e de outros insetos para a polinização de suas flores.
Se o homem continuar a destruir a "caatinga",as espécies de abelhas,principalmente as nativas(por serem mais frágeis)vão desaparecer,e isso já pode ser observado em diversos estados nordestinos e com muitas espécies de abelhas nativas.
Na foto acima,uma umburana com uma cicatriz em seu tronco, feita por meleiros,para tirar mel;coisa muito comum na região nordeste do Brasil,infelizmente.
As abelhas nativas são responsáveis por cerca de 85% das polinizações nas matas brasileiras.Existem pesquisas que provam que,sem as abelhas a produção agrícola seria muito afetada em termos de produtividade;em alguns estados do Brasil,já existe o "consórcio"abelha/agricultura onde todos saem ganhando: ganha o produtor de mel,que com as flores em abundância tem sua produção aumentada e ganha o agricultor que com um grande número de abelhas para polinizarem as suas plantas,garantem um aumento na sua produção agrícola.
Aqui no nordeste mesmo,existem consórcios entre produtores de girassol,manga,acerola,etc,com apicultores/meliponicultores.
Uma colónia de abelha nativa(asf )chega a ter ,em média 5.000(cinco mil )indivíduos;a arapuá é uma exceção(chega á 30.000 indivíduos),já a apis mellífera (africanizada),pode facilmente chegar à 60,70 mil abelhas por colmeia.Com essa diferença na quantidade de abelha por colónia,é claro que a produção de mel também é proporcional à quantidade de abelhas.
Em média as abelhas nativas,produzem de 1 à 2 litros de mel por ano,podendo variar,dependendo das floradas.
OBS.:asf =abelha sem ferrão/(abelhas indígenas)
Em minha região(São joão do cariri,PB)as árvores mais utilizadas pelas abelhas para a construção de ninhos,são a umburana(foto acima),o umbuzeiro,a catingueira e a craibeira.Principalmente no caso da umburana,por ser sem dúvida o local mais procurado pelas abelhas para a construção de seus ninhos ,muitas vezes a árvore é derrubada para facilitar o acesso ao mel.
Se as pessoas parassem com essa prática devastadora e,ao invés de destruir o meio ambiente começassem a plantar árvores nativas do semiárido, diminuiria o processo de desertificação,fazendo com que a nossa caatinga,tivesse uma chance real de se recuperar.
Já as plentas mais visitadas pelas abelhas nativas,para coletarem pólen e néctar ,são:malva,jurema,maniçoba,marmeleiro,catingeira,anjico,muçambê,mata pasto,amarra cachorro,mufumbo e jitirana.
MEU PEQUENO GESTO
Eu mesmo tenho plantado alguns pés de umburana,por ser a árvore que mais sofre com a retirada do mel,pelos meleiros.É muito fácil plantar essa árvore,basta cortar um galho,cavar um buraco e colocá-lo dentro,como se fosse uma "estaca" de cerca,e pronto dentro de algum tempo ela irá começar a crescer os primeiros galhos.
Com o umbuzeiro,também podemos fazer mudas à partir de galhos,mas é um pouco mais complicado,pois na cova tem que ser colocada areia para facilitar o enraizamento e nem sempre as mudas brotam,algumas,simplesmente secam.Já as mudas feitas à partir das sementes,demoram muito para crescer e a grande maioria os animais comem;o que não acontece com as mudas feitas com galhos ,pois são altos e os animais não alcançam.
A catingueira e a caibeira teem sementes que brotam facilmente,simplesmente pega-se as sementes secas e coloca em um saquinho com areia e estrume,molhar três vezes por semana,que em poucos dias já teremos as mudas.Quando as mudinhas estiverem com 30 centímetros,devem ser plantadas no local definitivo,as catingueiras se adaptam bem em qualquer terreno,já as caibeiras,devem ser plantadas em terrenos mais baixos,perto de riachos para que tenham um bom crescimento.
É claro que a época de plantar as mudas em seus locais definitivos,deve ser na estação das chuvas.
Esse pequeno gesto, ajuda na preservação dessas espécies tão importantes para as abelhas nativas e para todo ecosssistema da caatinga,e tão ameaçadas pela ganância humana...
Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
A criação racional de abelhas nativas.
A criação racional de abelhas,especialmente as nativas,deve seguir algumas regras.Primeiro a pessoa que vai"criar" essas abelhas,deve antes de mais nada gostar do que está fazendo,pois precisará de paciência e cuidados para ter sucesso na atividade.
Eu não quero dizer com isso que para ser um bom meliponicultor,a pessoa deve ter conhecimento de como as abelhas vivem em seu habitat natural,pois com cursos,leitura especializada,troca de experiências e boa vontade,até quem nunca teve contato com esses insetos,consegue se sair bem na criação racional de abelhas nativas.
Entretanto,quem vive em contato com "elas"em seu dia-a-dia vai aprendendo alguns maçetes que serão muito úteis para facilitar o manejo.Por exemplo,quando encontramos um ninho de abelhas,verificamos a posição das crias,do mel,o espaço interno,posição da boca de entrada,o diâmetro da árvore,posição em relaçao ao sol,altura do solo,etc.
Esses detalhes nos ajudam na hora de transferir os ninhos para as caixas racionais.Para que não façamos mudanças bruscas em seu modo de vida,e assim,termos sucesso com a criação..
No caso da "cupira"(partamona seridoensis,foto acima)a observação de seu modo de vida,na natureza,tem me ajudado muito,a resolver alguns problemas encontrados no manejo dessas abelhas.Como,a maioria dos pesquisadores que eu entrei em contato,antes de iniciar a criação,não tinham chegado a um modelo de caixa ideal para "elas",foi com a observação e criatividade,que estou tentando resolver o problema da "caixa ideal."Eu digo estou tentando resolver,porque nesse caso,para saber se deu tudo certo,temos que esperar algum tempo;pois essas abelhas já ficaram em uma caixa de um conhecido meu,por um período de um ano e depois abandonaram a caixa sem nenhum motivo aparente.
A cupira,não tolera mudanças de temperatura,pois,no interior do cupinzeiro,a temperatura mantém-se constante.
Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.