terça-feira, 14 de junho de 2011

Abelha jandaíra,forte por natureza.

Como é de costume,todas as tardes eu vou até a casa de minha irmã(onde estão as minhas abelhas),observar o movimento e verificar alguma irregularidade,que por acaso ocorra.

Hoje ao chegar lá,eu vi um grande movimento de abelhas,próximo ao alimentador externo(alimentador para sabiá)e vi que se tratavam das ápis.

Retirei o alimentador,com cuidado,pois as ápis poderiam me picar(e eu sei bem como é forte essa picada,rsrs), derramei o resto do xarope,lavei o alimentador,pra despistá-las e fiquei observando as abelhas.

Algumas “africanizadas”,tentavam entrar nas caixas de jandaíra,mas as “vigias” não davam moleza.Uma abelha mais “atrevida”tentou forçar a entrada e foi prontamente “agarrada”pela pequena e valente sertaneja.
“Elas”caíram no chão e já veio uma nova vigia assumir o posto.Eu chamei minha filha para ver a capacidade que a pequena sertaneja tem de defender seu lar.

E é porque as caixas que eu mantenho aqui em João Pessoa,são da “jandaíra menor”.Mesmo sendo umas duas vezes maior,e aparentemente mais forte;após algum tempo,a “abelha africanizada” não conseguiu vencer a pequena nativa e foi morta por ela(teve o abdômem decepado).

Essa luta durou alguns minutos e, infelizmente eu não havia levado a máquina fotográfica para registrar,esse momento de profunda força e defesa de sua espécie,proporcionado pela bela e forte jandaíra.

Vou ter que rever o modelo de alimentador,para evitar atrair africanizadas e arapuás.

Estarei indo para meu “paraíso” e passarei alguns dias por lá,aproveitarei para conhecer novos amigos meliponicultores,do sertão paraibano e de outros estados que estarão nos visitando,mas essa é uma outra história...

Abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

São João na roça.

Amigos...,para nós nordestinos,esse período é um dos mais esperados do ano,pois é a época de fazer a colheita do milho,feijão de corda,fava,maxixe melancia,jerimum...,enfim de ver nosso esforço sendo recompensado com uma boa colheita e com muita fartura.


E,é justamente nesse mês que comemoramos o “São João”.
É costume fazer uma fogueira,para homenagear o santo e agradecer,pela chuva,que proporcionou fartura na roça e muito pasto para os animais.

Na noite de “São João”,a fogueira é acesa para clarear o “terreiro” e encher de alegria adultos e crianças,que brincam e soltam fógos.



Em muitas casas,se reúnem os amigos e vizinhos para dançarem o forró-pé-de-serra;aquele tocado por sanfona,triângulo e zabumba...,e o forró vai até o sol raiar...
A festa fica completa,com as comidas típicas da época:canjica,pamonha,bolo de milho,mungunzá,pé de moleque,queijo de manteiga...

Mesmo a fogueira sendo uma tradição,em nossa região,meu avô sempre teve o cuidado de mandar os trabalhadores,procurarem árvores caídas,secas ou algarobas,para fazerem a fogueira,pois a caatinga sempre foi “adorada”e protegida por ele;por meu pai e por mim,afinal em sua simplicidade de homem do campo e do alto de seus 102 anos,meu avô sempre soube que para se viver nesse semiárido,temos que ter a natureza como aliada e nunca como inimiga...”Só derrubem uma árvore da caatinga,se for em último caso”...sempre dizia meu avô.


Essa mesma,”filosofia” de homem caririzeiro,eu passo para minha filha e meus sobrinhos,para que eles desde pequenos,aprendam a amar, respeitar e preservar a caatinga,pois eu me considero parte “dela”.

(Missa dos 100anos de meu avô,dezembro de 2008)

Estou contando os dias,pra ir para meu torrão(meu paraíso)dançar forró,comer milho assado,pamonha com manteiga de garrafa,queijo de coalho na brasa e rever minha família,as abelhas nativas e minha querida caatinga,pois é lá que recarrego minhas forças,e tenho um contato direto com o criador do universo.

Abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.