sábado, 16 de março de 2019

Estudando as abelhas nativas.



Amigos; hoje resolvi fazer uma pequena revisão no assunto, Abelhas nativas.

Essa postagem, apesar de ser bem simples, ajudará aos iniciantes nessa bela e importante atividade; a meliponicultura...

Diferenças entre castas de abelhas nativas.

 RAINHA                                      OPERÁRIA
Abdômen e ovários bastante desenvolvidos, quando fecundadas
Abdômen e ovários, pouco desenvolvidos
Após, fecundada, é incapaz de voar
Com capacidade de voo
Cabeça, proporcionalmente menor, em relação ao corpo
Cabeça proporcionalmente maior, em relação ao corpo
Corpo maior e mais alongado
Corpo menor, e mais “troncudo”
São férteis e produzem crias, machos e fêmeas
São estéreis, e quando produzem crias, estas crias são machos
Não possuem corbícolas
Possuem corbícolas


Produção de crias.

Após a rainha fazer o voo nupcial, ser fecundada por um zangão e voltar para o interior da colmeia; ela começará a desenvolver a fiosogastria (Aumento considerável de seu abdômen, em consequência da fecundação );e em poucos dias começará a colocar ovos.

Após a rainha estar “pronta”, para começar a postura, as operárias constroem os favos ou células de cria; colocam o “alimento larval” (Mel, pólen e secreções glandulares) e, após a rainha depositar o ovo na célula, uma operária fecha essa célula de cria, e recomeça o ritual...

As crias das abelhas passam pelas seguintes etapas: Ovo, larva, pré-pupa, pupa e adulto. Essas etapas podem variar entre 40 a 52 dias, dependendo do sexo do indivíduo e da casta.

Produção de machos e fêmeas.

Os machos ou zangões originam-se de ovos não fecundados, ou seja, o material contido nesse ovo é de responsabilidade materna apenas (rainha ou operária). As abelhas operárias são capazes de produzirem zangões.
Já as abelhas fêmeas (Operárias e rainhas); originam-se de ovos fecundados nos ovários da rainha, possuindo, portanto material genético do zangão e da rainha. Apenas as rainhas fecundadas, são capazes de produzirem abelhas fêmeas.

Produção de rainhas, nas abelhas nativas.

Nas abelhas nativas, existem basicamente duas formas de se produzirem rainhas:
*Para as espécies do grupo das Melíponas, (Urucu nordestina; Jandaira; Manduri/rajada: Mandaçaia...) as rainhas originam-se através da combinação de duas condições básicas: A genética e a alimentar... O ovo deve apresentar as condições genéticas para se originar uma rainha virgem; e deve haver alimento em quantidade e qualidade, na célula de cria.
Nesse grupo, as células de crias de rainhas, operárias e zangões, não apresentam diferenças perceptíveis.
*Para as espécies do grupo das trigonas; (Jataí; irai; partamonas; canudo; tubibas; mirins...),o que determinará o surgimento de uma rainha,é a quantidade e qualidade do alimento larval,depositado na célula de cria,que receberá o ovo;nesses casos,a célula de cria,será bem maior que as demais,e recebe o nome de “realeira”,ou “célula real”.


Abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Os diferentes formatos de entradas, das colônias de abelhas nativas.



As abelhas nativas se utilizam de diversas técnicas, para “enfeitarem” a sua moradia e a entrada da colônia, geralmente utilizando resinas de plantas e/ou geoprópolis.

Entrada da abelha partamona seridoensis.

Entrada de abelhas mirins.



De modo geral, as melíponas são as que gostam de “enfeitar” a entrada, utilizando geoprópolis. Essas formas,de esculturas,construídas na entrada/saída da Colônia ,ajudam na identificação da família,além de facilitar o vôo  e os pousos das abelhas.

Entrada de abelha urucu nordestina


Entrada da abelha jandaira.

Entrada de abelha partamona helleri.

A maioria das espécies de abelhas nativas depositam resinas de plantas, na parte externa da moradia/caixa racional.

Essa prática, ajuda na demarcação da caixa, além de servir como forma de demonstrar a força da colônia.


É um espetáculo, contemplar as belezas de esculturas, projetadas pelas abelhas nativas, sejam em suas entradas/saídas, sejam nos formatos de seus “ninhos”.

Entrada de abelhas Frieseomelittas.


Entrada de abelha canudo .

Um abraço!
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.





domingo, 20 de janeiro de 2019


Abelha Jandaira , a rainha do sertão nordestino.


Amigos, no ano de 2017, apesar de o nosso semiárido está atravessando a maior estiagem da nossa história; tivemos boas novidades nos estudos das nossas abelhas nativas!

Houve o lançamento do livro sobre a abelha jandaira,intitulado :Abelha jandaira,no passado,no presente e no futuro !

Resumo:
No nordeste brasileiro, a abelha jandaíra tem enorme popularidade, sendo também
uma importante polinizadora. Este livro trata do conhecimento tradicional, dos relatos históricos, da distribuição geográfica, da criação, do mel e da contribuição do conhecimento científico para uso e conservação da jandaíra. O futuro desta abelha está em nossas mãos, e cada um de nós tem um papel na manutenção do ambiente onde ela vive. Como dizia o Pe. Huberto Bruening, “se queremos salvar nossas jandaíras está na hora de fazê-lo, com decisão. São raras e caras”.
FICHA TÉCNICA:

Editores: Vera Lucia Imperatriz-Fonseca, Dirk Koedam, Michael Hrncir
Editor associado: Paulo R. Menezes
Título: A abelha Jandaíra: no passado, no presente e no futuro
ISBN: 978-85-5757-069-6
Editora: EdUFERSA
Ano: 2017
Páginas: 254


Sem dúvidas, essa obra, só enriquece a nossa meliponicultura nordestina e nacional;ajudando aos meliponicultores ,no manejo racional dessas abelhas nativas e divulgando a nossa meliponicultura!

Eu, como sempre, fui um privilegiado; pois recebi um exemplar do livro, e com uma dedicatória de dois dos Meliponicultores que participaram da elaboração dessa importante obra; meus amigos, Chagas e Selma .




A nossa “Rainha dos sertão”,continua apaixonando novos e antigos meliponicultores;graças à sua rusticidade,produtividade e adaptação a criação racional.

Link,para baixar o livro :https://edufersa.ufersa.edu.br/wp-content/uploads/sites/27/2017/10/abelha-jandai%CC%81ra-livro-eletronico.pdf


Viva a nossas abelhas nativas!


Abraços!
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.