Ultimamente,eu tenho lido e escutado alguns comentários à respeito de espécies vegetais que foram introduzidas no Brasil,especialmente no nordeste brasileiro,e resolvi escrever sobre esse assunto,por achá-lo muito interessante e que merece,estudo por parte das instituições de pesquisa.
Eu,que nasci e me criei,no cariri paraibano,região de clima semiárido,e me lembro quando chegaram as primeiras mudas de algaroba,ao sítio do meu avô.
Essas mudas foram plantadas com todo o cuidado,para que tivessem um bom desenvolvimento.Daí em diante os próprios animais,ao comerem as vagens dessa planta faziam o plantio,de forma natural,sem a interferência humana.
A algaroba é originária do peru,e foi introduzida no Brasil,em 1942,no município de Serra talhada,sertão de Pernambuco.
Foi introduzida na Paraíba,primeiramente,na cidade de Serra branca,(município vizinho ao nosso)pelo engenheiro agrônomo, Dr.Inácio Antonino.A partir de poucas mudas plantadas em Serra branca,Dr.Inácio,levou a algaroba para toda a Paraíba,e para várias partes do nordeste.
A algaroba,possui uma madeira de boa qualidade,utilizada para fazer carvão,cercas,móveis,etc.Suas vargens,são muito apreciadas pelos animais,e tem alto valor nutritivo.Ela também é considerada a planta com maior resistência à seca e à salinidade.
Floresce,em plena seca e produz alimento para os animais,na época mais crítica do ano;suas flores são muito bem visitadas pelas abelhas.
A palma forrageira é originária do México,não se sabe ao certo a época de sua introdução no Brasil.Foi introduzida no nordeste brasileiro,provavelmente,depois de 1900.
É considerada uma forrageira estratégica,possui um grande potencial produtivo,e múltiplas utilidades;sendo usada,na alimentação humana,na produção de medicamentos,cosméticos,corantes,além de ter vários outros usos.
Seria muito difícil,se praticar a pecuária,no semiárido,se não tivéssemos a palma forrageira,para alimentar os animais,durante os períodos de seca.
Aveloz,é originário da África,foi introduzido no Brasil,no início da colonização Brasileira.
Está tão adaptado à paisagem nordestina,que até parece nativo do Brasil.
Os animais,principalmente as cabras,gostam muito de suas folhas.Segundo as pessoas mais velhas ;os animais que consomem o aveloz,não tem problemas com parasitas intestinais(vermes).
Pelo menos,aqui em São João do cariri,o aveloz,está em acelerado processo de extinção.
Antigamente,era comum se fazer cerca viva,com o aveloz,infelizmente essa prática caiu em desuso,e passou-se a utilizar o arame farpado,para se construir essas cercas.
Uma prática que quase acabou com essa planta,da paisagem do cariri e do sertão;foi o uso de sua madeira para servir de lenha para as cerâmicas(fábricas de telha e tijolo).
Existem experiências,à respeito do uso de sua seiva(látex),para curar inúmeras doenças.
Leucena,é originária da América central,de onde se espalhou para várias partes do mundo.
Dentre os seus principais usos,estão:alimentação animal(forragem),produção de madeira,carvão vegetal,e melhoramento do solo.
Essa planta tem uma boa resistência à seca,é uma ótima fonte de alimento para os animais,que adoram suas folhas e os galhos finos.
Foi introduzida,no cariri paraibano à poucos anos,mas,já é considerada uma ótima alternativa para alimentar os animais em períodos de seca,existem muitas pessoas,entusiasmadas com o seu plantio e,com os resultados obtidos,até agora.
Suas flores,também são muito apreciadas pelas abelhas.
Nim,é originário das regiões áridas do subcontinente indiano.
É cultivado atualmente,nos Estados unidos,Austrália,países da África e América central.
É largamente utilizado,para o controle de insetos e pragas(mosca-branca,carrapatos,lagartas e pragas de grãos armazenados)nematoides,alguns fungos,bactérias e vírus,na medicina humana e animal,na fabricação de cosméticos,reflorestamento,como madeira de lei,assim como para paisagismo.
Por ser originário de regiões áridas tem sido plantado em vários estados nordestinos.
Sem dúvidas,quando se fala na introdução de novas espécies,(animal ou vegetal)em uma nova região,sempre vão existir pessoas à favor e pessoas contrárias.
Em relação às espécies anteriormente mencionadas,eu particularmente,acho que o nordeste ganhou,por se tratarem de espécies vegetais com crescimento rápido e sem muita exigência em relação ao solo,e que poderiam ser plantadas em áreas em processo de desertificação e o uso de suas madeiras,diminuiria o corte das árvores nativas da caatinga.
Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.