Amigos!
Resolvi "inventar"alguns versos,mesmo sem nenhuma técnica,e sem entender do assunto,eu achei uma boa maneira de falar das coisas do "meu cariri paraibano".
Espero que tenham paciência e desculpem se os versos forem muito ruins,mas com certeza,eles saíram do coração desse "matuto",e representam a minha realidade,a minha vida.
Eu sou o meu cariri.
Eu sou mesmo,céu e chão,
Sou igual ao jabuti
Pois nunca deixo o sertão,
O lugar que eu nasci
Sinto-me igual a um lajedo,
Tenho a cor do arvoredo,
O cheiro da chuva fina
Mudando a cara da mata,
Espantando a seca ingrata
Chamando o galo campina.
Pareço uma jandaíra,
A procura de uma flor
Quando encontra,ela retira
O seu néctar,seu sabor
E transporta "pro" cortiço
Onde lá tem rebuliço
Pra transformar tudo em mel
É tudo bem planejado
Pra que nada dê errado
O pote cheio é o troféu.
Eu sou um gato-do-mato
A procura da rolinha
Pisando leve e pacato
Só pra pegar a bichinha
Que está desprevenida
Mas essa é a lei da vida
Tenho que me alimentar
Pois tá difícil aqui
Pegar uma juriti
Um mocó,ou um preá.
Sou trovão de "tardezinha"
Que anima o sertanejo
Pois irei trazer a chuva
E mudar tudo que vejo
Enchendo tudo de água
Acabando com a mágoa
Mudando a face da terra
Pra fazer brotar do chão
Esperança em cada mão
Do baixio até a serra.
Às vezes,sou carcará
A procura de um cabrito
Puxar na língua e matar
Sem dar tempo nem pra grito
Às vezes pego um pintinho
Outras vezes um passarinho
E tudo que estiver perto
Até cobra já comi
Muitas vezes escolhi,
O mundo é do mais esperto.
Eu sou o mandacaru
Que em plena seca floresce
Sou um o pé de mulungu
Remédio bom pra estresse
Sou jurema bem florida
Sou a terra ressequida
O aboio do vaqueiro,
O cavalo de mourão
O chapéu de lampião
O espinho do facheiro.
Sou baraúna e aroeira,
Que sempre se mostram fortes,
Sou igual à catingueira
Que resiste a muitos cortes
Sou imbuzeiro frondoso
Sou um rio caudaloso
Que nunca fica vazio
Levando água ao sertão
Pra poder molhar o chão
E o homem fazer plantio.
Sou igual a seriema
Que canta ao meio dia
O seu cantar é o tema
Que o sertanejo aprecia
Eu sou chuva de janeiro
Tenho a cor do marmeleiro
E tudo que tem aqui
Me deixa mais animado
Sou o mugido do gado
Eu sou o meu cariri.
Abraços.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.